Sednaya era conhecida como um centro de tortura do governo de Bashar al-Assad.
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Foi apelidada de "matadouro humano" por ser um palco de atrocidades cometidas contra prisioneiros. A Prisão Sednaya, conhecida por ser um centro de tortura do governo do presidente sírio Bashar al-Assad, sujeitou milhares de pessoas a circunstâncias desumanas.
Alguns relatos, divulgados através de agências de Direitos Humanos, dão conta de que alguns detidos chegaram a ser forçados a 'beber' o próprio sangue do chão e a violar outros reclusos.
Sednaya, "o inferno sírio", foi "cuidadosamente projetada para humilhar, degradar, adoecer e matar os presos lá dentro". É assim descrita por sobreviventes desta cadeia.
Com a queda do regime de al-Assad, os crimes cometidos nesta cadeia regressaram ao espaço mediático. Após a coligação de rebeldes anunciar que tomou controlo da cidade de Damasco e que conseguiu derrubar o "presidente tirano", a preocupação de muitos sírios foi a de voltar a rever os familiares que estavam neste centro de detenção.
De acordo com o jornal The Guardian, no dia que se marcou "o fim de uma era"- com o derrubar de uma dinastia familiar com mais de cinco décadas- os carros seguiram até à Prisão de Sednaya.
A prisão conta com um vasto complexo subterrâneo, com cinco andares, e "parece ter sido construída para induzir uma sensação de falta de lugar", relata o jornal britânico. Al-Assad negou ter matado milhares de detidos desta prisão e ter usado um crematório secreto para descartar os restos mortais em 2017.
Tortura, enforcamentos e o espancamento eram usados como uma forma regular de punição, o que levava, muitas vezes, os indivíduos a sofrerem lesões permanentes, incapacidade e até mesmo mortes.
O chão das celas estava coberto de sangue e pus de prisioneiros feridos, de acordo com um relatório da Amnistia Internacional. Os cadáveres eram recolhidos pelos guardas da prisão às 9h00 de cada manhã.
De acordo com a Amnistia Internacional, até 20 mil prisioneiros foram mantidos em Sednaya, a maioria deles presos após julgamentos secretos falsos que duravam não mais do que alguns minutos.
Sobreviventes disseram que os guardas impunham uma regra de silêncio absoluto dentro da prisão. Se não pudessem falar, poderiam pelo menos escrever. As paredes das celas estavam cobertas de mensagens rabiscadas e manuscritas.
Segundo o The Telegraph, os sobreviventes afirmaram ter sido mantidos na escuridão, enquanto o chão de pedra estava coberto de sangue e suor. Sabe-se que cobertores e roupas eram confiscados caso os presos se atrevessem a falar ou a dormir "sem permissão" e os familiares eram forçados a torturarem-se uns aos outros. Caso contrário, enfrentavam a execução.
Outros relatos citados pelo New York Times dão conta que houve pessoas enfiadas em pneus enquanto eram espancadas e que acordavam nuas num corredor gelado, depois de desmaiarem. Há quem tenha assistido à morte de um adolescente que foi regado com combustível e incendiado pelos interrogadores.
A prisão de segurança secreta fica a 32 quilómetros a norte de Damasco e estima-se que tenha cerca de 1,4 quilómetros quadrados. É dividida em dois edifícios: o "Edifício Vermelho" - que alberga principalmente os presos comuns – e o "Edifício Branco – destinado a oficiais e soldados do exército sírio - acredita-se que a prisão tinha capacidade para entre 10 mil a 20 mil prisioneiros, aponta a Amnistia.
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