Carta aberta recorda que, até à data, cerca de 200 jornalistas foram mortos na Faixa de Gaza e muitos enfrentam uma ameaça constante às suas vidas por fazerem o seu trabalho.
Mais de 130 meios de comunicação social e organizações de defesa da liberdade de imprensa pediram esta quinta-feira a Israel que autorize a entrada de jornalistas estrangeiros na Faixa de Gaza.
"Pedimos acesso imediato, independente e sem restrições dos meios de comunicação internacionais a Gaza e a proteção total dos jornalistas que continuam a informar sob ataque", lê-se numa carta aberta coordenada pelos Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e pela Comissão para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).
No documento, acrescenta-se que há 20 meses que Israel "se recusa a permitir o acesso independente a jornalistas de fora de Gaza", uma situação que os signatários consideram "sem precedentes na guerra moderna".
A carta aberta recorda que, até à data, cerca de 200 jornalistas foram mortos na Faixa de Gaza e muitos mais ficaram feridos e enfrentam uma ameaça constante às suas vidas por fazerem o seu trabalho.
"Tal constitui um ataque direto à liberdade de imprensa e ao direito à informação", sublinham.
Os signatários reconhecem "os riscos inerentes" a reportagem em zonas de guerra: trata-se de riscos que "muitos de nós correm há décadas" no trabalho informativo.
Acrescentam ainda que "neste momento fundamental, com o recomeço das operações militares e dos esforços para retomar a entrada de ajuda humanitária em Gaza, é vital que Israel abra as suas fronteiras para que os jornalistas internacionais possam informar livremente".
Apelam também a Israel para que "cumpra os seus deveres internacionais de proteger os jornalistas como civis".
"Instamos os líderes mundiais, Governos e instituições internacionais a agir de imediato para o garantir", acrescentam na missiva.
Israel declarou a 7 de outubro de 2023 uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o movimento islamita palestiniano Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis, e sequestrando 251.
A guerra naquele território palestiniano fez, até agora, quase 55 mil mortos, na maioria civis, e pelo menos 125.000 feridos, além de cerca de 11 mil desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros, e mais alguns milhares que morreram de doenças, infeções e fome, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
A situação da população daquele enclave devastado pelos bombardeamentos e ofensivas terrestres israelitas agravou-se mais ainda pelo facto de a partir de 02 de março, e durante quase três meses, Israel ter impedido a entrada em Gaza de alimentos, água, medicamentos e combustível.
Alguns mantimentos estão agora a entrar a conta-gotas e a ser distribuídos em pontos considerados "seguros" pelo Exército, que já várias vezes abriu fogo sobre civis palestinianos que tentavam obter comida, fazendo centenas de vítimas, segundo os relatos das autoridades locais e de organizações presentes no terreno.
A 30 de maio, o Departamento das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) considerou que Gaza é atualmente o lugar mais faminto do mundo, onde "100% da população corre o risco de morrer de fome".
Há muito que a ONU declarou a Faixa de Gaza como estando mergulhada numa grave crise humanitária, com mais de 2,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica", a fazer "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela organização em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
Já no final de 2024, uma comissão especial da ONU acusou Israel de genocídio naquele território palestiniano e de estar a utilizar a fome como arma de guerra - acusação logo refutada pelo Governo israelita, mas sem apresentar quaisquer argumentos.
Após um cessar-fogo de dois meses, o Exército israelita retomou a ofensiva na Faixa de Gaza a 18 de março e apoderou-se de vastas áreas do território, tendo o Governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciado, no início de maio, um plano para "conquistar" Gaza, que Israel ocupou entre 1967 e 2005.
Por isso, a maioria da população foi expulsa e está concentrada em três pontos dentro do enclave: Cidade de Gaza (norte), Deir al-Balah (centro) e Al-Mawasi, no sul, enquanto mais de 80% do território de Gaza está sob ordens de evacuação ou é considerada área militar, inacessível à população.
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