A edição de hoje
Mulher esteve refém mas acabou por salvar o criminoso.
Uma médica que ficou longos minutos sob a mira da arma de criminosos que assaltaram um autocarro no Rio de Janeiro deu um grande exemplo de profissionalismo e solidariedade humana, mesmo após a tensão que viveu.
Após os criminosos terem sido baleados por um polícia que também estava no autocarro, a médica, que, como todos os outros passageiros, tinha saído do autocarro após a fuga de dois dos três assaltantes, ao perceber que o terceiro criminoso, gravemente ferido na cabeça, ainda estava vivo, voltou para dentro do veículo para o socorrer até à chegada da ambulância.
A médica, Simone de Souza, pediu luvas a um polícia e ajudou o ferido, Mayron Gomes, mantendo-o vivo até ele ser levado para um hospital. O caso, que aconteceu na quarta-feira e ganhou repercussão no final da noite deste domingo.
Os três criminosos tinham entrado como qualquer passageiro mas dividiram-se, indo um para o fundo do autocarro. Quando todos se levantaram e anunciaram o assalto, Simone ficou como refém do criminoso que estava a seu lado, enquanto o do fundo, também de arma na mão, dominava os outros passageiros, e o terceiro recolhia pertences das vítimas.
Eduardo Bezerra, agente da Polícia Militar há apenas um ano, estava sentado no fundo do autocarro e empunhou a sua arma e esperou o momento certo para reduzir o risco de atingir inocentes e, de repente, ainda sentado, começou a disparar. Ele acertou primeiro Mayron, que ameaçava Simone, ferindo-o na cabeça, e depois o que estava perto dele, ferido na barriga, que assim mesmo conseguiu fugir com o terceiro comparsa.
Simone e todas as outras pessoas correram também para fora do veículo, assustadas com a violência sofrida. Mas ela percebeu que o criminoso que a ameaçara ainda estava vivo, e, como explicou, tinha que fazer o seu papel de médica, pois apesar do passo errado do rapaz, era um ser humano que estava ali no chão do autocarro e a precisar dos seus cuidados.
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