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Médico polaco absolvido após recusa em fazer aborto

Bogdan Chazan negou-se a praticar um aborto por razões de fé.

12 de junho de 2015 às 19:33

O médico polaco Bogdan Chazan, que há um ano se recusou a praticar um aborto por razões de fé, foi esta sexta-feira absolvido pelo comité disciplinar que investigou o caso, divulgou a agência noticiosa espanhola EFE.

No verão de 2014, Bogdan Chazan, um proeminente professor de ginecologia, foi destituído do cargo de chefe do hospital da Sagrada Família, em Varsóvia, por se ter recusado a praticar um aborto alegando a cláusula de consciência e argumentando que como um católico praticante condenava o aborto.

O Ministério da Saúde polaco considerou na altura que o médico tinha violado as normas da prática médica porque, ao recusar-se a realizar o aborto, deveria ter facilitado à paciente um médico ou um centro alternativo onde ela pudesse interromper a gravidez devido a malformação do feto.

Médico exige reintegração às autoridades

Bogdan Chazan assegurou esta sexta-feira à imprensa que exigirá às autoridades a sua reintegração no cargo de diretor do hospital. "Eu sofri uma pena muito pesada [a destituição] e acho que não foi nem razoável nem justa", disse, acrescentando que a decisão do comité disciplinar o fez recuperar a "fé na justiça".

Após a polémica iniciada pelo ginecologista, mais de 3 mil médicos e enfermeiras polacas assinaram uma declaração defendendo o seu direito de recusar tratamentos contrários às suas crenças religiosas. O movimento católico ganhou força na Polónia com opiniões como as da médica e escritora Wanda Poltawska, amiga do falecido papa João Paulo II, para quem "a medicina moderna representa o mal".

"O aborto, a inseminação artificial e, finalmente rejeitar Deus como o criador mediante práticas como a fertilização in-vitro é uma ameaça à vida eterna de todas as pessoas que cometem esses atos", afirma Wanda Poltawska, porta-estandarte dos profissionais de saúde que exercem o seu direito de não aplicar tratamentos que vão contra as sua crenças.

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