Em quase todos os casos, as mulheres afirmam não ter denunciado João de Deus.
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O médium vivo mais famoso e até agora mais respeitado do Brasil, João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, está a ser acusado de crimes sexuais por mais de 200 mulheres. As denúncias, que foram ao ar na noite de sexta-feira no programa "Conversa com Bial", da TV Globo, com o relato de 12 supostas vítimas, ao longo do fim de semana assumiram proporções verdadeiramente assustadoras.
De acordo com o Ministério Público, até à noite deste domingo, encorajadas pelos relatos das mulheres que tiveram a coragem de fazer as primeiras denúncias, outras duas centenas de mulheres de todo o Brasil e até de outros países decidiram vir a público denunciar o médium, hoje com 76 anos. Entre as novas denúncias, há a de supostas vítimas, hoje já adultas, que garantem terem sido abusadas e até mesmo violadas sexualmente quando ainda eram crianças, uma quando tinha 11 anos e a outra quando tinha 15.
No primeiro caso, a denunciante diz que foi levada pelos avós para ser curada de um problema pelo famoso médium quando tinha 11 anos e que João de Deus pediu para ficar a sós com ela numa sala, para realizar o alegado tratamento. Segundo a denunciante, o médium violou-a ali mesmo, gritou-lhe para se calar quando ela se queixou da dor da penetração e ameaçou matar-lhe os avós se ela contasse alguma coisa sobre o crime sexual.
No caso da mulher que afirma ter sido abusada aos 15 anos, ela relata que o médium a forçou a manipular o pénis dele com a mão e depois puxou a cabeça dela para baixo e a forçou a fazer sexo oral. O relato dessa mulher é corroborado pelo de uma voluntária que trabalhava no hospital de curas espirituais que João de Deus mantém na pequena cidade de Abadiânia, no interior do estado de Goiás, e que contou que viu a então menina sair a chorar da sala onde estivera com o médium e a ajudou a limpar esperma que saía da boca da menor.
Além destas duas mulheres, mais de outras 200 contam relatos de abusos, na maior parte deles com o mesmo modus operandi. Segundo elas, o médium levava-as para uma sala particular ou uma casa de banho, postava-se por trás delas com a alegação de que precisava transmitir-lhes a energia do corpo dele, e, quando elas percebiam, ele já tinha tirado o pénis para fora das calças, esfregava-se nas nádegas delas e tentava enfiar a mão nas partes íntimas das assustadas fiéis.
Em quase todos os casos, as mulheres afirmam não terem denunciado João de Deus antes por vergonha e por medo do poder do médium, ligado a poderosos da política e da polícia e com grande poder financeiro. No hospital espiritual de Abadiânia, João de Deus, que não foi mais visto em público nem se pronunciou desde o surgimento das denúncias, recebe mais de 10 mil pessoas de todo o mundo por mês e é considerado praticamente um santo pelos que o procuram.
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