Alegadas vítimas contaram à BBC que foram abusados pelo cantor aos sete e dez anos.
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As acusações de pedofilia que recaem sobre Michael Jackson continuam a aparecer num contexto em que o documentário Leaving Neverland, que investiga estes crimes sexuais de menores cometidos pelo cantor pop, estreou no dia 3 de março na HBO Portugal. O artigo pode ferir a suscetibilidade dos leitores mais sensíveis.
Desta vez, foram Wade Robson, de 36 anos, e James Safechuck, de 40 – que também participam no documentário - a afirmar que o artista abusou deles "centenas de vezes" quando ainda eram crianças.
Em declarações ao programa de Victoria Derbyshire, na BBC, Robson, um coreógrafo australiano, contou que Jackson começou a abusar sexualmente dele quando tinha sete anos e que tentou violá-lo aos 14. James Safechuck, que conheceu o músico num anúncio para a Pepsi, alega ter sido vítima destes crimes "entre os 10 e os 14 anos".
"Todas as vezes que eu ficava com ele, todas as vezes que eu passava a noite com ele, abusava de mim", relatou Robson, que acrescentou que Michael Jackson o acariciava, tocava-lhe "no corpo todo" e que o obrigou numa altura a assistir a um ato sexual.
O australiano acusa ainda o cantor de ser "manipulador" e de o ter feito acreditar que se amavam. "E é assim que nós mostramos o nosso amor", terá dito o cantor a Robson para justificar os abusos, avisando-o que se alguém descobrisse o que estavam a fazer, iriam ambos para a prisão o resto das suas vidas. Os abusos progrediram numa dada altura para sexo oral.
"Tudo isso foi assustador para mim", descreveu o coreógrafo, que na época dos crimes via Michael Jackson como uma "figura de outro mundo, um deus", o "seu melhor amigo" e por isso não conseguia conceber a ideia de ficar afastado deste. Segundo conta, também se sentia como "o escolhido", uma vez que o norte-americano ter-lhe-á dito que era o único com quem praticava estes atos.
No mesmo programa, James Safechuck contou a sua alegada história, declarando que os episódios começaram quando este tinha dez anos, idade com que Jackson o ensinou a ter relações sexuais. O músico iniciou o ciclo de abusos com beijos e culminou com atos sexuais. No documentário que já estreou no festival Sundance em janeiro de 2019, Safechuck explica ainda que os crimes prolongaram-se por tantos anos porque Jackson aproximou-se da sua família e fez com que se isolasse das outras pessoas.
"Ao mesmo tempo que és abusado, uma parte de ti está a morrer", referiu a alegada vítima a Victoria Derbyshire.
Robson e Safechuck acusam ainda os funcionários do cantor que trabalhavam na mansão em Santa Barbara, na Califórnia, que incluía um parque de diversões privado chamado Neverland Ranch, de "olharem para o lado" e de serem também responsáveis pela perpetuação dos crimes.
Família de Jackson nega todas as acusações
A família Jackson já reagiu ao documentário e aos novos depoimentos de alegadas vítimas, rejeitando todas as acusações contra o cantor. Taj Jackson, sobrinho do músico, admitiu que o comportamento do tio poderia ser considerado "estranho", mas que era no fundo muito "inocente". "A sua ingenuidade foi a sua queda", disse.
Marlon, um dos irmãos do ícone pop, defendeu que "não existe uma única evidência" que prove as acusações.
Segundo a BBC, Robson e Safechuck já tinham admitido previamente sob juramento que os "eventos descritos nunca ocorreram".
Michael Jackson foi absolvido de todos os crimes de abuso sexual de menores de que era arguido em 2005, num julgamento mediático que teve lugar no Tribunal do Condado de Santa Maria, na Califórnia, EUA. A primeira denúncia ocorreu em 1994, envolvendo Jordan Chandler. Seguiram-se mais em 2013 e 2014, apresentadas por Wade Robson e James Safechuck, que foram arquivadas.
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