Weintraub anunciou que iria deixar o cargo para assumir uma directoria no Banco Mundial, em Washington.
O ministro brasileiro da Educação, Abrahan Weintraub, fugiu para os Estados Unidos, onde já estava na manhã deste sábado, por receio de ser preso no Brasil no âmbito das investigações de que é alvo no Supremo Tribunal Federal por crimes de racismo, disseminação de notícias falsas e ameaças contra magistrados daquele órgão. Ao lado de Jair Bolsonaro, Weintraub anunciou numa live na quinta-feira que iria deixar o cargo para assumir uma directoria no Banco Mundial, em Washington, mas que ficaria no Brasil até ser escolhido um novo ministro para a pasta e comandar uma transição pacífica, mas até este sábado a sua demissão não foi oficializada e ele continua a constar como ministro no site oficial do Ministério da Educação.
No entanto, e indiciando que descumpriria a promessa de comandar uma transição na pasta, horas depois desse anúncio Weintraub já mostrava nas suas redes sociais a urgência em deixar o Brasil. Esta sexta, ele escreveu, numa espécie de despedida e de provocação, "Deixarei o Brasil o mais rápido possível, por isso não quero brigar, mas não me provoquem."
Ao amanhecer deste sábado, o irmão dele, Arthur Weintraub, assessor especial de Jair Bolsonaro, escreveu nas suas redes sociais que Abrahan já estava nos EUA e agradeceu a todos que oraram pelo irmão para que ele ficasse bem. Pouco depois, Abrahan Weintraub respondeu a um seguidor também na sua rede social, e pela origem da resposta foi possível perceber que ela tinha sido enviada de Miami, nos EUA.
O desespero de Weintraub em sair do Brasil pode ser explicado por pedidos feitos esta sexta-feira por deputados e senadores brasileiros ao Supremo Tribunal Federal para que o passaporte do ainda ministro da Educação fosse confiscado e para que o polémico membro do governo, um extremista político de direita e religioso radical, fosse impedido de deixar o país. Antes de a justiça ter tido tempo de responder, Abrahan Weintraub viajou, provavelmente num voo nocturno, para os EUA.
Ele foi indicado por Bolsonaro para ocupar uma das 25 vagas de director do Banco Mundial, mas essa indicação foi meramente uma forma de ajudar Weintraub a fugir de uma eventual acção da justiça, que nos últimos dias desencadeou várias operações contra aliados do presidente brasileiro acusados de crimes como os de que ele é suspeito, e pode nem mesmo chegar a concretizar-se. O Banco Mundial já avisou que o mandato que Weintraub assumirá, se realmente o assumir, termina em Outubro, e diversos países e entidades já estão a articular-se para que ele nem chegue a ocupar o cargo, para o qual é considerado totalmente despreparado.
Chamado abertamente na imprensa e por parlamentares como "pior ministro da história do Brasil", Abrahan Weintraub coleccionou erros de português, decisões equivocadas e polémicas desde que assumiu o cargo, pouco mais de um ano antes. A sua gestão no Ministério da Educação foi considerada desastrosa, criou problemas diplomáticos ao Brasil ao ridicularizar o povo e o governo da China nas suas redes sociais e abriu uma crise com o Supremo Tribunal Federal ao dizer numa reunião de ministros que os juízes daquele tribunal superior brasileiro são "uns vagabundos" e deveriam estar todos presos.
Ele é um dos investigados pelo tribunal também por suposta participação no esquema de disparo em massa de milhões de notícias falsas contra adversários de Bolsonaro e de ameaças a juízes do Supremo Tribunal Federal. Criticado até por Israel por colocações provocatórias nas suas redes sociais, Weintraub tinha no entanto o apoio de Jair Bolsonaro, pois o seu estilo provocador agrada em cheio aos seguidores mais famosos do presidente, que durante meses resistiu aos insistentes pedidos, até de vários outros membros do governo, para demitir o ministro da Educação.
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