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Moçambique quer cooperação multilateral solidária com a ONU para desafios globais

Entre as preocupações, Samaria Tovela, elencou o terrorismo, as igualdades sociais que exigem uma "ação coletiva, solidária".

24 de outubro de 2025 às 14:25

O Governo moçambicano defendeu esta sexta-feira o reforço de "cooperação multilateral solidária" com as Nações Unidas para ultrapassar as crises humanitárias globais, pedindo estratégias e ações que permitam o desenvolvimento dos jovens, raparigas e crianças.

"Ao olhar para esses 80 [da ONU] e 50 anos [independência] de cooperação, vemos claramente a necessidade de reafirmarmos o multilateralismo solidário para fazer face aos desafios globais, das crises climáticas, dos movimentos que nos afetam", disse a ministra da Educação e Cultura de Moçambique, Samaria Tovela, durante a abertura das cerimónias do dia das Nações Unidas, em Maputo.

Entre essas preocupações, elencou o terrorismo, as igualdades sociais, que, disse, exigem uma "ação coletiva, solidária e, acima de tudo, uma estratégia que permita o desenvolvimento olhando para os mais jovens".

Segundo a governante, os mais jovens "são quem, efetivamente, irão levar para frente o desenvolvimento das nações", defendendo que a cooperação entre Moçambique e a Organização das Nações Unidas (ONU) deve basear-se nos jovens, raparigas e crianças, sobretudo no setor da educação para a concretização também da agenda do Governo 2030.

"Queremos, sobretudo, um olhar para aumentar a eficiência, ao nível das Nações Unidas, na atuação dos diferentes cargos do nosso país, da nossa região e do mundo, olhar para a eficiência interna, olhar para a revisão ou atualizar, portanto, os mandatos existentes e, sobretudo, atendendo àqueles que são os desafios da nossa população e do povo e do mundo no geral", acrescentou Samaria Tovela, manifestando ainda interesse do país em cooperar "lado a lado" com os diferentes parceiros, olhando para um desenvolvimento contínuo das nações.

As Nações Unidas reconheceram, na quinta-feira, os progressos alcançados por Moçambique desde a independência em áreas como a educação, igualdade de género ou na resposta aos choques climáticos, reiterando o compromisso em apoiar a agenda de desenvolvimento do país.

"As mudanças que aconteceram [desde a independência] são que mais crianças vão para as escolas, a igualdade de género melhorou, a forma como Moçambique responde aos choques climáticos também é visto como uma boa prática na região, e muitos mais", disse Catherine Sozi, coordenadora residente da ONU em Moçambique.

A responsável da ONU explicou que, apesar dos ganhos alcançados, prevalecem ainda desafios em Moçambique: "Muitas pessoas que não vão à escola, tornando-se analfabetas, temos desafios no sistema de saúde, onde as mães não conseguem ter os seus filhos de forma segura. Temos casamentos infantis, jovens sem emprego, um conflito no norte, onde muitas pessoas estão fugindo por causa da crise, mas também os choques climáticos significam que as casas, lojas e negócios das pessoas são impactados. Então, a segurança ainda não foi alcançada".

Sozi garantiu ainda que a ONU está em Moçambique para "apoiar o Governo nas promessas feitas à sua população", estando agora a fazer, segundo a representante, uma "agenda de desenvolvimento", apoiando na construção e reconstrução de escolas, hospitais e clínicas e trabalhando com as autoridades para criar empregos.

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