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Moçambique realiza novo censo de elefantes, sete anos após última contagem

No último balanço foi registada uma queda de 10.496 animais, em 2014, para 9.122, em 2018.

10 de setembro de 2025 às 15:27

Moçambique vai realizar este ano um novo censo aéreo de elefantes e de grandes mamíferos para atualizar o número de animais existentes e a sua distribuição, sete anos depois da última contagem, foi esta quarta-feira anunciando.

"Em princípio [o censo], devia ser de cinco em cinco anos, mas temos tido falta de recurso para a sua efetivação. Mas, eu creio que, assim que arrancarmos, vamos cumprir com o nosso plano", disse Severiano Khoy, diretor-geral adjunto da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC).

Segundo o responsável, que falava durante um seminário sobre a metodologia do Censo Nacional de Elefantes e Grandes Mamíferos, em Maputo, o processo conta com o apoio de parceiros internacionais, numa contagem prevista a decorrer a partir deste mês e até dezembro, admitindo que se registam atrasos.

Severiano Khoy explicou que o levantamento visa "atualizar o número de efetivos e a sua distribuição", depois de censos anteriores terem registado uma queda de 13% na população, de 10.496 animais em 2014 para 9.122 em 2018, ano do último censo, em resultado da caça furtiva e de fenómenos naturais.

"A reserva do Niassa foi uma das que mais sofreu porque era uma das que tinha o maior potencial, se nós olharmos do ponto de vista da população de elefantes", disse, por seu turno, Samiro Magane, coordenador do Programa de Conservação da Biodiversidade na Biofund.

Sem avançar o orçamento para o projeto, o responsável explicou ainda que, entre os apoios internacionais, o financiamento sueco é "essencial" para viabilizar um exercício que considerou "um trabalho caro", envolvendo avionetas e "uma logística bastante grande". 

Para Magane, o censo é "fundamental" para avaliar o estado das espécies de grande valor económico e orientar estratégias de proteção.

Pelo menos 15 pessoas morreram e outras 10 ficaram feridas em ataques de animais no Parque Nacional de Mágoé, no centro de Moçambique, anunciou, segunda-feira, a administração das áreas de conservação, que colocou colares em elefantes para travar incidentes. Para minimizar o conflito homem e fauna bravia, a ANAC colocou mais quatro colares satélites em igual número de elefantes do Parque Nacional de Màgoé, na província de Tete, centro do país, cujo objetivo é monitorizar a movimentação destes mamíferos e impedir mais mortes e ferimentos.

A ANAC aponta que esta medida visa estabelecer a coexistência entre animais e as comunidades residentes no parque, prometendo esforços para a colocação de mais colares em animais de outras áreas de conservação moçambicanas, entre as quais os parques nacionais do Limpopo, Chimanimani, Gorongosa, de Maputo e a Reserva Especial do Niassa.

De acordo com dados anteriores da ANAC, os ataques da fauna bravia em Moçambique destruíram, de 2019 a 2023, um total de 955 hectares de culturas agrícolas, como milho e mandioca.

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