Norte-americano sofria de cancro no pâncreas.
O norte-americano Daniel Ellsberg, que em 1971 revelou documentos confidenciais sobre o planeamento da guerra no Vietname, situação conhecida como 'Documentos do Pentágono', morreu esta sexta-feira aos 92 anos, anunciou a sua família em comunicado.
"[Daniel Ellsberg] Morreu de cancro do pâncreas, diagnosticado em 17 de fevereiro. Morreu sem dor e rodeado pela sua amada família", destacaram a mulher e filhos.
Até ao início da década de 1970, quando este ex-analista militar revelou que era a fonte das impressionantes reportagens dos órgãos de comunicação social baseadas nos 47 volumes e 7.000 páginas do Departamento de Defesa sobre o papel dos EUA na Indochina, Ellsberg era um elemento bem cotado na elite militar do governo.
Como milhões de outros norte-americanos, dentro e fora do governo, Ellsberg virou-se contra a guerra de anos no Vietname, as alegações do governo de que a batalha era vencível e que uma vitória dos norte-vietnamitas sobre o sul apoiado pelos EUA levaria à disseminação do comunismo em toda a região.
Ao contrário de muitos outros opositores da guerra, este norte-americano estava numa posição especial para fazer a diferença.
"Toda uma geração de 'insiders' da era do Vietname ficou tão desiludida quanto eu com uma guerra que eles consideravam sem esperança e interminável", sublinhou Ellsberg no seu livro de memórias de 2002.
Os 'Documentos do Pentágono' foram encomendados em 1967 pelo então secretário de Defesa Robert S. McNamara, um importante defensor público da guerra que queria deixar para trás uma história abrangente dos Estados Unidos e do Vietname e ajudar os seus sucessores a evitar os tipos de erros que só admitiu que cometeu muito tempo depois.
Os documentos cobriram mais de 20 anos, desde os esforços fracassados de colonização da França nas décadas de 1940 e 1950 até ao crescente envolvimento dos EUA, incluindo os bombardeamentos e envio de centenas de milhares de tropas terrestres durante o governo de Lyndon Johnson.
Ellsberg estava entre os convidados a trabalhar no estudo, com foco em 1961, quando o recém-eleito Presidente John F. Kennedy começou a adicionar conselheiros e unidades de apoio.
Publicado pela primeira vez no The New York Times em junho de 1971, com o The Washington Post, Associated Press e mais de uma dúzia de outros, os documentos classificados documentaram que os EUA tinham desafiado um acordo de 1954 que proibia a presença militar estrangeira no Vietname, questionavam se o Vietname do Sul tinha um governo viável, expandiu secretamente a guerra para os países vizinhos e planeou enviar soldados norte-americanos, mesmo quando Johnson jurou que não o faria.
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