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Morreu o líder que acabou com o Apartheid na África do Sul

Frederik de Klerk libertou Nelson Mandela e liderou a transição do país para a democracia.

12 de novembro de 2021 às 08:40

O último presidente branco da África do Sul, Frederik de Klerk, morreu esta quinta-feira, aos 85 anos, na sua casa, na Cidade do Cabo, vítima de cancro. De Klerk libertou Nelson Mandela e ajudou a acabar com o apartheid, tornando-se uma figura incontornável da transição para a democracia, embora o seu legado seja controverso.

Frederik de Klerk assumiu a presidência em 1989, liderando um governo de minoria branca, quando imperava o regime do apartheid - política de segregação racial. Pouco depois e surpreendendo o seu próprio partido - Partido Nacional - começou a revogar as leis do apartheid, incluindo a que bania o ANC (Congresso Nacional Africano). Este espírito reformista levou-o a libertar Nelson Mandela em fevereiro de 1990, pondo fim a 27 anos de reclusão. Estavam dados os primeiros passos para a democracia. Em 1993, partilhou com Mandela o prémio Nobel da Paz. E enquanto a nível internacional se festejava o papel de De Klerk na transição do regime, a nível interno era criticado pela maioria negra pela sua incapacidade em conter as injustiças e a repressão. Mas o caminho estava trilhado e, em 1994, eleições históricas, ganhas pelo ANC - os negros votaram pela primeira vez - colocaram Nelson Mandela na Presidência.

De Klerk abandonou a política em 1997, mas continuou a ser uma figura polémica pela sua participação inicial no regime que acabaria por derrubar. Apesar de ter pedido desculpa várias vezes, ainda no ano passado disse que não considerava o apartheid como um crime contra a Humanidade. Esta quinta-feira, numa última mensagem gravada em vídeo e que foi divulgada após a sua morte, voltou a pedir desculpa: “Peço desculpa por toda a dor, sofrimento, indignidade e danos que o apartheid causou aos negros, mulatos e indianos na África do Sul. (...) Desde o início dos anos 80, a minha posição mudou completamente. Foi como se tivesse tido uma conversão. Percebi que o apartheid era errado. Percebi que estávamos numa situação moralmente injustificável”, diz no vídeo.

PR da África do Sul, Cyril Ramaphosa

"Reconheceu o tempo para a mudança e demonstrou a vontade de agir"

Arcebispo Desmond Tutu

"Percebeu que o Apartheid era errado"

Ex-PM britânico John Major

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