Greve protesta contra a falta de pessoal, deterioração do edifício e o aumento do preço dos bilhetes para não europeus, segundo os representantes do sindicato.
O Museu do Louvre, em Paris, encerrado desde segunda-feira devido a uma greve dos trabalhadores, reabriu esta quinta-feira parcialmente, apesar da decisão unânime dos funcionários de manterem a mobilização.
Numa assembleia geral realizada esta quinta-feira de manhã, cerca de 300 funcionários votaram unanimemente a manutenção do pré-aviso de greve, que protesta contra a falta de pessoal, a deterioração do edifício e o aumento do preço dos bilhetes para não europeus, segundo os representantes do sindicato.
O Ministério da Cultura francês, que está na linha da frente desta questão, apresentou propostas para tentar apaziguar os ânimos, mas estas foram rejeitadas pelos funcionários.
"São propostas inaceitáveis", disse à agência noticiosa francesa France Presse (AFP) Gary Guillaud, do sindicato CGT, o maior do museu mais visitado no mundo.
A greve acontece cerca de dois meses depois do mais recente assalto ao museu, quase três semanas após uma inundação na biblioteca de antiguidades egípcias, provocada pelo rompimento de um cano, e depois de reuniões entre os sindicatos e o Governo, que, segundo os representantes dos trabalhadores, não trouxeram nada de novo em termos de melhorias para os funcionários.
O Louvre permaneceu encerrado na terça-feira, o seu dia habitual de encerramento semanal, e na quarta-feira. Apesar dos protestos em curso, o museu reabriu esta quinta-feira parcialmente, e os primeiros visitantes começaram a entrar no edifício pouco antes do meio-dia, observaram os jornalistas da AFP.
"É uma experiência cultural francesa inesperada!", exclamou uma turista australiana, Jodie Bell, olhando para as bandeiras do Reino Unido exibidas em frente à pirâmide no exterior do Museu, relata a AFP.
O número de áreas abertas ao público não foi divulgado. "Algumas salas do Museu do Louvre estão excecionalmente encerradas", declarou a instituição num comunicado 'online', pedindo desculpa pelo "inconveniente causado".
Na passada segunda-feira, foi realizada uma reunião de emergência com representantes sindicais no Ministério da Cultura, numa tentativa de conter a indignação dos funcionários, segundo a AFP, na sequência do roubo de joias, em 19 de outubro, e da inundação do passado dia 27 de novembro, pelo rompimento de um cano, na biblioteca de antiguidades egípcias, no Pavilhão Mollien.
Na altura, a publicação francesa especializada La Tribune de l'Art destacou que o alegado estado deplorável das instalações neste pavilhão contrasta fortemente com os 276 mil euros gastos essencialmente em mobiliário para os gabinetes da diretora do Louvre, Laurence des Cars, do administrador-geral e de vários outros funcionários.
Além de cancelar o corte orçamental de 5,7 milhões de euros previsto para o Louvre em 2026, o Ministério da Cultura propôs a redistribuição de funcionários e a abertura de processos de seleção específicos para os setores de atendimento ao visitante e de segurança do museu. Comprometeu-se também com um bónus único, enquanto os sindicatos exigem um aumento permanente da remuneração.
Três reuniões já foram realizadas no Ministério desde a semana passada.
Em 22 de outubro, três dias após o roubo das joias, a diretora do Louvre, Laurence des Cars, reconheceu uma "falha" perante o senado francês, mas defendeu as suas decisões, afirmando que tinha "acelerado o desenvolvimento" do plano diretor de segurança.
Desde então, porém, revelações embaraçosas enfraqueceram a diretora, que assumiu o controlo do museu no final de 2021.
Laurence des Cars teve de admitir que só teve conhecimento de uma auditoria de segurança alarmante de 2019 após o arrombamento, e o Tribunal de Contas destacou recentemente os "atrasos persistentes" que afetam o plano diretor de segurança, cuja aplicação ainda não começou.
A gestão de segurança do museu foi também alvo de fortes críticas por parte de uma investigação administrativa instaurada após o assalto de 19 de outubro, feito em pleno dia, quando um comando de quatro elementos entrou no edifício através de uma varanda, a que acedeu por elevador móvel, tendo roubado joias avaliadas em 88 milhões de euros, incluindo a tiara da imperatriz Eugénia, mulher de Napoleão III, incrustada com cerca de 2.000 diamantes.
Os quatro membros do comando foram detidos, mas as joias continuam desaparecidas.
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