Grupos de jovens mascarados incendiaram ontem três autocarros nos arredores de Paris e de Lyon, na véspera do aniversário dos violentos motins que há um ano deixaram os subúrbios de várias cidades francesas a ferro e fogo. O primeiro-ministro Dominique de Villepin já prometeu ‘mão dura’ contra os criminosos.
Em Bagnolet, arredores de Paris, uma dezena de jovens armados com armas brancas e de rosto coberto entrou num autocarro e forçou os passageiros a sair antes de pegar fogo ao veículo, enquanto em Nanterre, outro subúrbio da capital francesa, os atacantes incendiaram um autocarro ainda com os passageiros lá dentro, mas estes conseguiram saltar por uma janela. Registou-se ainda um terceiro ataque contra um autocarro no subúrbio parisiense de Athis Mons, mas os atacantes não conseguiram incendiar o veículo e puseram-se em fuga.
Mais a sul, em Venissieux, arredores de Lyon, um autocarro privado que se encontrava estacionado foi vandalizado e incendiado por um grupo de jovens.
Esta nova vaga de ataques surge na véspera do primeiro aniversário do início dos motins de Novembro de 2005, que hoje se assinala, e faz a Polícia temer uma nova onda de violência nos bairros degradados, na sua maioria habitados por africanos e magrebinos, que cercam as grandes cidades. O primeiro-ministro Dominique de Villepin prometeu “sanções imediatas e exemplares” contra os autores destes ataques.
TRÊS SEMANAS DE VIOLÊNCIA
Dois adolescentes do subúrbio parisiense de Clichy-sous-Bois morrem electrocutados ao fugir à Polícia. Dezenas de jovens protestam nas ruas e incendeiam 15 veículos.
Mais de 400 jovens enfrentam a Polícia no subúrbio de Chene-Pointu.
O ministro Nicolas Sarkozy defende a ‘tolerância zero’ contra os grupos de desordeiros, a quem chama “escumalha”. Os motins estendem-se a outros bairros periféricos de Paris.
O primeiro-ministro, Dominique de Villepin, recebe os familiares dos dois adolescentes mortos. Os motins prosseguem.
O governo anuncia um Plano de Acção para as ‘zonas sensíveis’. A violência continua, com ataques a veículos, edifícios públicos e centros comerciais.
Os distúrbios estendem-se a outras cidades. Mais de 400 veículos são incendiados numa única noite.
O presidente Jacques Chirac fala pela primeira vez sobre a violência, afirmando que o “restabelecimento da ordem” é a prioridade. Mais de 30 polícias ficam feridos num confronto com jovens nos arredores de Paris.
Várias cidades decretam o recolher obrigatório. Sarkozy ordena a expulsão de todos os estrangeiros envolvidos na onda de distúrbios.
A cidade de Paris proíbe todas as “concentrações de pessoas susceptíveis de causarem desordens”.
Governo francês prolonga por três meses o estado de emergência.
TENSÃO PERSISTE EM CLICHY
Um ano depois, pouco mudou em Clichy-sous-Bois, o subúrbio degradado dos arredores de Paris onde moravam Zyed e Bouna, os dois adolescentes que morreram electrocutados ao fugir à Polícia, desencadeando três semanas de motins que alastraram a todo o país. “A violência foi causada pelos problemas enraizados nos bairros: o desemprego, a insegurança laboral, a discriminação. Tudo isso foi de mal a pior”, afirma Mamadou Kanoute, que trabalha com os jovens problemáticos da zona. As autoridades locais afirmam que um ano é pouco tempo para mudanças tão profundas, mas os habitantes dizem que nada foi feito. E a violência pode voltar a explodir a qualquer momento.
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