Os EUA decidiram esta semana diminuir em cerca de 290 milhões de dólares o pacote de garantias de emprétimo concedidas a Israel. É a primeira resposta efectiva à política de construção de colonatos do país judaico e de penalização pela construção de uma barreira de segurança para isolar a Cisjordânia do território israelita.
O dinheiro que agora é retirado a Israel faz parte de um pacote de nove milhares de milhões de dólares de garantias de empréstimo. Embora avultada, a penalização não vai afectar o apoio financeiro directo dos EUA a Israel. Daí que se trate sobretudo de um gesto simbólico que visa dar conta de um novo empenhamento da administração do presidente George W. Bush na resolução do conflito israelo-palestiniano. Trata-se ainda de um sinal de apoio ao novo primeiro-ministro palestiniano, Ahmed Qorei, que Washington deseja que possa manter-se no cargo para tornar-se numa alternativa real ao desacreditado líder palestiniano, Yasser Arafat.
O já chamado 'novo Muro da Vergonha" é composto por mais de 150 kms de redes electrificadas e muros de betão com até oito metros de altura, um circuito fechado de televisão, torres de vigilância, metralhadoras teleguiadas e percursos para patrulha. Quando terminado, terá cerca de 650 kms de extensão, e deixará milhares de palestinianos confinados em enclaves ou isolados nas suas próprias cidades.
Por uma infeliz ironia, o início da segunda fase da sua construção, a 9 de Novembro passado, coincidiu com o 14.º aniversário da queda do Muro de Berlim, mais conhecido como 'Muro da Vergonha'.
O primeiro-ministro israelita, Ariel Sharon, defende a construção da barreira alegando que é a única forma de travar os atentados suicidas contra Israel. Mas a comunidade internacional condena o gesto e considera-o um novo obstáculo ao processo de paz no Médio Oriente.
Acresce que uma tal estrutura, tanto pelo seu impacto real como pelo seu impacto simbólico enquanto gesto 'racista', só pode agravar a tensão no Médio Oriente. Bush condenou o muro desde o início da sua construção, em Junho de 2002, mas até hoje faltaram medidas reais. Daí que o castigo financeiro seja insuficiente e denote o eterno "dilema" de Washington: pressionar Israel correndo o risco de alienar um aliado poderoso no Médio Oriente, ou apostar na diplomacia para obter a paz, processo que até hoje nunca resultou.
ONU CONDENA
A Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução em Outubro exigindo a Israel que pare a construção da barreira de segurança na Cisjordânia e destrua os trechos já erguidos. A resolução considera que o muro viola a lei internacional.
UE DENUNCIA
A União Europeia (UE) manifestou também a sua oposição à construção do muro e instou ainda Israel a pôr fim à política de construção de colonatos nos territórios ocupados. Para a UE o muro ameaça tornar "fisicamente impossível" o avanço para uma solução de paz.
EUA NA ‘BALANÇA’
Os EUA têm condenado a construção do muro, mas de uma forma pouco convicta. O presidente Bush limitou-se a considerar o muro “um problema" e, no passado mês de Outubro, os EUA bloquearam uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que visava condenar a barreira.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.