Conflito já fez dezenas de mortos e centenas de feridos de ambos os lados.
Israel e o Irão entraram, este domingo, no terceiro dia de conflito armado, depois de as forças israelitas terem lançado um ataque contra infraestruturas iranianas na madrugada de sexta-feira, levando à retaliação de Teerão.
Estados Unidos e Israel já avisaram que o pior está para vir, enquanto o Irão prometeu parar de atacar o território israelita se as forças israelitas travarem "a agressão". Teerão alega que a sua resposta aos ataques israelitas "é totalmente legítima".
O conflito já fez dezenas de mortos e centenas de feridos de ambos os lados.
Eis o que se sabe sobre o conflito entre Telavive e Teerão:
Ataques israelitas visaram responsáveis militares e a produção nuclear iraniana
Os ataques israelitas, efetuados por 200 aviões contra uma centena de alvos, atingiram sobretudo Teerão (norte) e incluem instalações nucleares, como as centrais de enriquecimento de urânio de Fordo e Natanz (centro), o aeroporto nacional de Mehrabad e várias bases militares.
O Irão ativou as defesas aéreas em sete províncias, incluindo Teerão, no sábado à noite.
Os ataques a Teerão tiveram também como alvo edifícios residenciais e a sede da Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica.
O exército israelita afirmou no sábado ter matado mais de 20 comandantes das forças de segurança iranianas. Teerão confirmou até agora a morte de 15 responsáveis, incluindo o líder da Guarda, o comandante da força aeroespacial do corpo e o chefe do Estado-Maior do Irão.
Nove cientistas do programa nuclear iraniano também foram mortos.
Resposta iraniana aos ataques israelitas
O Irão retaliou na sexta-feira com dezenas de mísseis balísticos contra Israel, alguns dos quais atingiram o território, matando três pessoas.
O Presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, alertou para uma resposta "mais forte" caso o ataque israelita se mantivesse.
Desde então, Teerão lançou pelo menos cinco ataques com centenas de mísseis direcionados às cidades de Telavive e Jerusalém.
Uma refinaria de petróleo israelita sofreu danos "localizados" no seu complexo na cidade de Haifa, no norte do país.
Vítimas de ambos os lados
Segundo as autoridades iranianas, pelo menos 100 pessoas morreram e mais de 800 ficaram feridas, entre lideranças militares, cientistas e civis, devido aos ataques de Israel.
Do lado israelita, pelo menos 13 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas na resposta iraniana.
Perigo nuclear
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) informou que as instalações de superfície na central de Natanz, em grande parte subterrânea, foram "destruídas", mas que "não foi observado qualquer aumento dos níveis de radiação".
Uma central de conversão de urânio em Isfahan (centro do Irão) foi "desmantelada", segundo o exército israelita. Outras duas bases militares no noroeste foram atacadas e Israel afirmou ter "desmantelado" a de Tabriz (norte do Irão).
A cúpula da AIEA reúne-se na segunda-feira para discutir os ataques israelitas a instalações nucleares do Irão.
O papel dos Estados Unidos
O chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, afirmou, este domingo, que Teerão tem "sólidas provas" do apoio dos EUA ao ataque israelita sem precedentes ao território iraniano.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, por sua vez, reafirmou que Washington "não teve nada a ver" com os ataques israelitas ao Irão.
Trump advertiu o Irão contra retaliações visando interesses norte-americanos.
"Se formos atacados de qualquer forma pelo Irão, toda a força e poder das Forças Armadas dos EUA recairão sobre vós a níveis nunca vistos. No entanto, podemos facilmente fechar um acordo entre o Irão e Israel e pôr fim a este conflito sangrento!!!" escreveu Trump, na rede Truth Social na noite de sábado.
Negociações entre EUA e Irão sobre programa nuclear suspensas
As negociações sobre o programa nuclear do Irão, previstas para este domingo em Mascate, foram canceladas.
Omã, país do Golfo Árabe, que tem mediado as negociações indiretas entre os EUA e o Irão sobre o programa nuclear de Teerão, afirmou no sábado que a sexta ronda não se realizaria.
O chefe da diplomacia iraniano, Abbas Araghchi, afirmou no sábado que as negociações nucleares eram "injustificáveis" após os ataques de Israel, que, defendeu, eram "resultado do apoio direto de Washington".
França, Alemanha e Reino Unido afirmaram-se, este domingo, prontos para retomar as negociações com o Irão.
Este domingo, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, reiterou que o Irão não tem qualquer intenção de desenvolver armas nucleares e está disponível para um acordo que garanta isso, rejeitando, no entanto, que o país seja "privado dos seus direitos nucleares".
O Irão sempre afirmou que o seu programa nuclear era pacífico, e os EUA e outros países consideraram que o país não procura criar uma arma nuclear desde 2003. Mas o país enriqueceu 'stocks' cada vez maiores de urânio para níveis próximos dos de armas nos últimos anos e acredita-se que seria capaz de desenvolver múltiplas armas em poucos meses, se assim o desejasse.
Apelos internacionais à contenção
A comunidade internacional reagiu, de uma forma geral, com apelos à contenção e à desescalada, apelando às negociações e diplomacia como única solução para travar o conflito.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas realizou uma reunião de urgência na sexta-feira, com os 15 países-membros a coincidirem na necessidade de travar as hostilidades.
Na sexta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, instou Israel e o Irão a "exercerem a máxima contenção" após os bombardeamentos israelitas lançados contra alvos militares e nucleares iranianos.
A União Europeia defendeu que só a diplomacia pode conduzir a uma "solução duradoura", enquanto reiterou que Teerão "nunca deve ser autorizado a adquirir uma arma nuclear".
Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido têm argumentado que Israel tem o direito a defender-se, quando o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, justificou os ataques com uma "dupla ameaça" no Irão: a produção de armas nucleares e de mísseis balísticos, alegando que o Irão pretende desenvolver 20.000 mísseis balísticos para "destruir o Estado de Israel".
Os apelos internacionais estão a ser ignorados por Israel, cujo ministro dos Negócios Estrangeiros, Gideon Saar, já garantiu, este domingo, que os ataques israelitas vão prosseguir, alegando que "ainda restam alvos significativos por atingir",
Espaços aéreos encerrados
O conflito levou ao encerramento dos espaços aéreos de Israel e Irão. A Jordânia, que tinha reaberto o espaço aéreo no sábado, voltou a encerrá-lo ao final do dia.
Centenas de voos foram cancelados ou desviados desde sexta-feira.
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