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Observada adoção extremamente rara de urso polar no Canadá

Estão em curso testes genéticos para identificar a mãe biológica do urso adotado.

18 de dezembro de 2025 às 08:44

Investigadores no Canadá observaram recentemente um caso muito raro de uma ursa polar a adotar uma cria que não era a sua, na região norte do país.

"Apenas 13 casos (de adoção) foram registados em 45 anos", contou na quarta-feira à agência France-Presse (AFP) Evan Richardson, investigador do Environment Canada que estuda o maior predador do Ártico há 25 anos.

Em novembro, Richardson e a sua equipa capturaram uma ursa e as suas duas crias, de 10 e 11 meses, perto de Churchill, apelidada de "capital mundial do urso polar", localizada no norte de Manitoba (centro do Canadá).

"Quando nos aproximámos, reparámos que uma das crias tinha uma etiqueta de identificação e a outra não", explicou, acrescentando que a mesma fêmea tinha sido vista alguns meses antes com apenas uma cria.

Nesta região norte, os investigadores identificam os ursos polares para que possam segui-los e estudá-los ao longo da vida.

O seguimento por GPS e as observações feitas pela Polar Bears International, um grupo de investigação sobre ursos polares, confirmaram que a fêmea em questão manteve as duas crias consigo durante várias semanas.

"É uma história bonita. Estas ursas polares são excelentes mães, têm uma predisposição natural para cuidar das suas crias", vincou Evan Richardson.

A subpopulação de ursos polares na baía de Hudson Ocidental diminuiu 30% em apenas algumas décadas, de cerca de 1.200 indivíduos na década de 1980 para 800 atualmente, em parte devido ao degelo acelerado, essencial para a sua sobrevivência.

No entanto, não há evidências que liguem esta adoção às alterações climáticas, de acordo com Richardson.

Estão em curso testes genéticos para identificar a mãe biológica do urso adotado.

"Há uma boa hipótese de descobrirmos quem ela é", apontou o cientista.

Durante 45 anos, foram identificados mais de 4.600 ursos polares nesta região do Canadá, tornando-a, segundo o próprio, "a população de ursos polares mais estudada do mundo".

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