Com a limitação da circulação de pessoas e com a imprensa focada quase exclusivamente no combate ao coronavírus, a sangrenta operação quase passou despercebida.
Uma violenta operação policial desencadeada na madrugada de sábado no Complexo do Alemão, conjunto de favelas na zona norte da cidade brasileira do Rio de Janeiro, terminou com 13 pessoas mortas e gerou protestos da população e de entidades de direitos humanos por supostos excessos cometidos pelos agentes. Em tempos de pandemia, com a limitação da circulação de pessoas e com a imprensa focada quase exclusivamente no combate ao coronavírus, a sangrenta operação quase passou despercebida, e só teve repercussão após habitantes do Complexo do Alemão terem começado a denunciar agressões da polícia a pessoas inocentes e a omissão de agentes no socorro a feridos.
A ação foi levada a cabo conjuntamente por efetivos da Polícia Militar, responsável pela segurança pública ostensiva, e pela Polícia Civil, a polícia judiciária. Agentes de forças de elite das duas corporações começaram a invadir a região da Fazendinha, no interior do Complexo do Alemão, no final da noite de sexta-feira, e ao longo da madrugada e manhã de sábado ocorreram intensos tiroteios, que deixaram os habitantes em pânico e milhares sem luz, pois projéteis de armas de guerra atingiram e destruíram transformadores de energia.
O principal intento da operação, localizar o chefe do tráfico de droga das favelas Pavão e Pavãozinho e Cantagalo, todas na zona sul, que se tinha escondido no Alemão, foi alcançado. Leonardo Serpa, o Leo Marrinha, foi encontrado e morto pela polícia, segundo a versão oficial após ter resistido à bala à aproximação dos agentes.
Além dele e de um dos seus seguranças, também morto, outras 11 pessoas foram feridas gravemente. Populares denunciaram nas redes sociais que a polícia ignorou os apelos para que os feridos fossem socorridos e que quem insistiu ou reclamou foi hostilizado pela polícia, que, de acordo com as denúncias, tratou todos os moradores como criminosos, agrediu inocentes e invadiu habitações sem necessidade nem mandato.
Ante a omissão dos agentes, os próprios habitantes da favela socorreram como puderam e quando foi possível os feridos e levaram-nos para hospitais da região, principalmente o Getúlio Vargas, no bairro da Penha, também na região norte, mas todos acabaram por morrer. Um porta-voz da Polícia Militar negou ter havido omissão de socorro, mas reconheceu que os polícias se dividiram dentro da favela e por isso não havia agentes em número suficiente para, ao mesmo tempo, garantir a segurança da operação e socorrer os feridos, que, na versão oficial, eram todos criminosos perigosos.
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