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Pelo menos 21 mortos em novos combates entre exército e paramilitares no Sudão

Segundo as Nações Unidas, o conflito já fez cerca de 20 mil mortos, 33 mil feridos, 7,9 milhões de deslocados internos e 2,1 milhões de refugiados noutros países.

22 de setembro de 2024 às 17:07

Pelo menos 21 pessoas foram mortas, incluindo mulheres e crianças, num recrudescimento da violência entre o exército sudanês e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR) na cidade de al-Fasher, capital do estado de Darfur do Norte.

A Rede de Médicos do Sudão e os Comités de Resistência de al-Fasher afirmaram em declarações separadas que estas pessoas registadas no último reduto das forças armadas no oeste do país foram mortas entre a noite de sábado e a manhã deste domingo em várias zonas da cidade, que se encontra sob um cerco paramilitar quase total desde maio.

A Rede de Médicos disse que 11 pessoas foram mortas e advertiu que a "continuação destes ataques e confrontos irá aprofundar a catástrofe humanitária na cidade, que alberga um milhão de pessoas, na sua maioria deslocadas" pela guerra, que começou em meados de abril de 2023.

Os Comités de Resistência de al-Fasher afirmaram que mais "10 pessoas foram mortas, incluindo mulheres e crianças" em violentos combates e bombardeamentos na cidade registados na noite de sábado.

Até à data, o exército e os paramilitares não reagiram a estas alegações.

As FAR controlaram toda a vasta região de cinco estados do Darfur durante a guerra, com exceção de al-Fasher, onde várias organizações humanitárias alertaram para a deterioração da situação humanitária e sanitária.

O Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, condenou este domingo "a dramática escalada dos combates" na cidade sudanesa ocidental e apelou às partes para negociarem uma solução pacífica, não excluindo a possibilidade de sanções europeias adicionais às partes beligerantes.

A guerra no Sudão eclodiu em abril de 2023 devido a um desacordo entre o exército e os paramilitares sobre a inclusão destes últimos no poder que emergiu após o golpe de 2021, que pôs fim à tentativa de democratização do país após o derrube do antigo presidente Omar al-Bashir em 2019.

Segundo as Nações Unidas, o conflito fez cerca de 20 mil mortos, 33 mil feridos, 7,9 milhões de deslocados internos e 2,1 milhões de refugiados noutros países.

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