PJ anunciou que deteve dois cidadãos nigerianos e uma são-tomense na posse de drogas desaparecidas das suas instalações.
A diretora da Polícia Judiciária (PJ) são-tomense, Maribel Rocha acusou segunda-feira o Ministério Publico (MP) de "intromissão e interrupção" de investigação sobre o desaparecimento de drogas "armazenadas" nas instalações dessa instituição e apreendidas na posse de cidadãos nigerianos.
"A polícia judiciária só não conseguiu chegar ao mandante do crime pela intromissão e interrupção do Ministério Público. Há um mandante do crime e o objetivo é chegar a esse mandante e o MP não deixou", acusou Maribel Rocha.
No sábado, em comunicado distribuído a jornalistas, a PJ anunciou que deteve, na sexta-feira, dois cidadãos nigerianos e uma são-tomense na posse de drogas desaparecidas das suas instalações, tendo acusado também o Ministério Publico de "expedientes" para perturbar as investigações.
Fonte judicial disse hoje à Lusa que o Juiz de instrução criminal do Tribunal de Primeira Instância aplicou a medida de coação mais gravosa a um cidadão nigeriano de nome Txucuma e um inspetor da PJ envolvidos neste processo.
O inspetor da PJ colocado em prisão preventiva foi apontado pelo cidadão nigeriano como tendo sido quem retirou as drogas das instalações da PJ e as entregou para venda.
Em entrevista à Lusa e à Televisão Pública do país (TVS), a diretora da PJ negou que tenha sido constituída arguida no processo de desaparecimento dessas drogas.
"Há procedimentos legais para que a diretora da polícia judiciária seja constituída arguida. Ninguém está acima da lei", disse Maribel Rocha, sublinhando que nem sequer foi ouvida pelo Ministério Público ou pelo juiz.
A responsável diz ainda que a sua instituição tem competência para investigar inclusive o Procurador Geral da República que a Polícia Judiciária considera como principal responsável para "intromissão e interrupção" do processo de investigação contra o desaparecimento de drogas nas instalações da sua instituição.
"Eu enquanto diretora e funcionária da PJ nunca vi o Ministério Público pedir o detido sem o processo, ainda mais no final de semana, num sábado, pelas 16:30, sem que a PJ tivesse concluído o processo e se chegasse ao mandante do crime", lamentou Maribel Rocha.
"Nós lamentamos este facto e achamos que este caso não está a seguir a forma de uma instrução normal, está a ganhar outros contornos", acrescentou a diretora da PJ.
Maribel Rocha explicou que na sexta-feira, quando se dirigiu ao Ministério Público para participar do desaparecimento da droga na PJ, o segurança do Procurador Geral da República tentou "retirar à força o telemóvel da PJ que eu uso".
"Esse telefone que é da PJ contém muitas informações com relação a outros crimes organizados e transnacionais. Não sei qual é o objetivo, talvez seja para silenciar essas investigações em curso", referiu Maribel Rocha.
A diretora da PJ explicou que na arrecadação da PJ existiam 84 cápsulas de cocaína retiradas do estômago de uma cidadã brasileira detida há cerca de um ano no aeroporto de São Tomé, transportada em voo da TAP.
Essas drogas estavam na sala de armamento da PJ, uma vez que "a Polícia Judiciária não dispõe de um cofre forte para guardar estes produtos por isso estava arrecadado na sala de armamento da PJ onde todos nós temos acesso".
Maribel Rocha disse que há uma semana foi informada de que essas drogas "estavam a ser vendidas na rua".
A responsável garante que as investigações comprovaram que "das 84 bolotas de estupefacientes que estavam arrecadadas na PJ, 14 delas" foram trocadas por outras substâncias.
A diretora da Polícia Judiciária garante que vai continuar a investigação deste processo porque a sua instituição suspeita de que haja um mandante do crime a que a PJ quer chegar.
"Estamos firmes na luta contra o crime organizado. Este facto não vai abalar a PJ, que continua firme no combate ao crime organizado, principalmente aqueles que põem a causa a paz na sociedade", sublinhou a responsável.
Esta segunda-feira, o primeiro ministro Jorge Bom Jesus recebeu o Procurador Geral da República, Kelve Nobre Carvalho, para analisar o relacionamento entre a PGR e a Polícia Judiciária.
Fonte do gabinete do primeiro-ministro disse à Lusa que o encontro foi solicitado por Kelve Nobre Carvalho, que à saída da audiência com o chefe do governo recusou-se a falar aos jornalistas.
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