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Polícia brasileira detém general e militares suspeitos de planearem morte de Lula da Silva

Um dos detidos foi secretário da presidência brasileira nos quatro anos de governo de Jair Bolsonaro.

19 de novembro de 2024 às 13:19

A Polícia Federal brasileira prendeu ao amanhecer desta terça-feira, quatro militares de alta patente de um comando de elite das Forças Armadas e um agente da própria corporação acusados de fazerem parte de uma conspiração para matar o presidente Lula da Silva, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que comanda os processos contra o antigo presidente Jair Bolsonaro. Pelo menos dois desses militares estavam a trabalhar na segurança das dezenas de chefes de Estado e de Governo reunidos no Rio de Janeiro para participarem na Cimeira do g20, que termina esta terça-feira. 

Entre os altos oficiais que tiveram a prisão preventiva decretada pelo STF e foram presos perto das seis da manhã, assim que o sol alvoreceu, como prevê a lei brasileira, está um general de brigada da reserva, Mário Fernandes. O general, hoje na reserva, foi secretário da presidência brasileira nos quatro anos de governo de Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2022, e foi uma das pessoas mais próximas e de maior confiança do antigo governante. 

Mais três militares também foram presos, o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo, e o major Rafael Martins de Oliveira. O outro preso na operação de hoje, que provocou grande impacto nos meios políticos e militares e também entre os participantes na Cimeira do G20, é o agente da Polícia Federal Wladimir Matos Soares, que no final de 2022, época em que o plano foi elaborado, fazia parte da segurança pessoal do então presidente eleito Lula da Silva. 

De acordo com a Polícia Federal, os cinco suspeitos presos hoje planearam minuciosamente o plano para assassinar Lula, Alckmin e Moraes após Jair Bolsonaro ter perdido as presidenciais de 2022 para Lula da Silva. A ação para assassinar Lula, denominada pelos conspiradores como “Punhal Verde e Amarelo”, chegou a estar marcada para 15 de dezembro e, incluía o uso de veículos oficiais do Exército, para os criminosos poderem aproximar-se dos alvos sem levantar suspeitas, e a utilização de metralhadoras militares de altíssimo poder de fogo e de granadas, para que os alvos não tivessem a menor chance de escapar. 

Essa ação extremamente violenta, marcada para três dias depois de Lula e Alckmin terem sido diplomados como presidente e vice-presidente, pretendia eliminar totalmente a linha de sucessão, por isso o vice também seria morto, e permitir às Forças Armadas assumir o poder com o argumento de precisar manter a ordem institucional, política e social no país após os crimes, mantendo então no cargo o derrotado nas presidenciais, Jair Bolsonaro. Depois de concretizados os assassínios de Lula e de Alckmin, o grupo pretendia raptar o juiz Alexandre de Moraes, que já estava há muito a ser monitorizado, e que acabaria por ser envenenado na prisão. 

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