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Portugal vê "situação muito delicada" na Guiné-Bissau e quer CPLP a salvaguardar funcionamento regular dos países

"Estamos a acompanhar com grande preocupação o aumento da tensão e estamos em contacto direto com vários parceiros", referiu o primeiro-ministro português.

05 de dezembro de 2025 às 14:51

O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, considerou esta sexta-feira que a situação na Guiné-Bissau, palco de um golpe de Estado, é "muito delicada" e defendeu que a comunidade lusófona deve salvaguardar o "funcionamento regular" dos seus Estados-membros.

"Temos acompanhado desde o início e a situação é de facto muito delicada", afirmou o chefe do Governo, em resposta ao deputado do Livre Rui Tavares, durante o debate parlamentar de preparação da próxima reunião do Conselho Europeu, nos dias 18 e 19 de dezembro.

Montenegro comentou que estava a decorrer esta sexta-feira ao início da tarde uma reunião extraordinária da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), por iniciativa de Portugal e com a participação do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, para analisar a situação neste país africano, onde os militares tomaram o poder após as eleições legislativas.

"Exige-se à CPLP uma tomada de posição para salvaguardar a própria credibilidade da comunidade e para contribuir para a salvaguarda, não havendo ingerência direta, do funcionamento regular dos seus Estados-membros", referiu o primeiro-ministro, recordando que a Guiné-Bissau detém atualmente a presidência da comunidade lusófona.

Montenegro disse esperar que da reunião de esta sexta-feira saiam quatro conclusões.

"Condenação da interrupção da normalidade constitucional; assunção de que há um impedimento prático na apuramento final e proclamação dos resultados das eleições [realizadas em 23 de novembro]; exigência de libertação imediata de todos os detidos na sequência do golpe e vontade de encontrar uma solução de presidência interina que assegure a continuidade do trabalho da própria CPLP", precisou.

O primeiro-ministro ressalvou que a missão de observação da CPLP às eleições gerais deu conta de que "o processo tinha corrido bem", mas neste momento "não há condições para salvaguardar a fidedignidade de um apuramento e uma proclamação final".

Antes, o deputado Rui Tavares tinha questionado o Governo sobre a situação naquele país, recordando que há "presos políticos" com nacionalidade portuguesa ou ligações a Portugal.

"A União Africana já suspendeu a Guiné-Bissau, da CPLP e do Governo português não ouvimos nada", comentou.

O deputado do Livre também questionou Montenegro sobre a situação na Venezuela, após o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter "ameaçado atacar" aquele país e, em particular, sobre "as centenas de milhares" de portugueses e lusodescendentes que ali residem.

"Estamos a acompanhar com grande preocupação o aumento da tensão e estamos em contacto direto com vários parceiros", respondeu Montenegro.

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