Há queixas de falta de capacidade ou atrasos na entrega de resultados dos laboratórios britânicos.
Portugueses residentes no Reino Unido estão num contrarrelógio para obter testes à covid-19 antes de embarcar para Portugal, obrigatórios a partir de quinta-feira, mas deparam-se com falta de capacidade ou atrasos na entrega de resultados dos laboratórios britânicos.
"Está a ser um sufoco", admitiu São Aleixo, cujo namorado, motorista em Birmingham, no centro de Inglaterra, tem viagem marcada para a véspera de Natal, mas ainda não assegurou o teste PCR ao SARS-Cov-2.
"Ele já ligou para uma série de laboratórios, incluindo aquele aconselhado pela [transportadora aérea] Easyjet, mas não conseguem assegurar o resultado em 24 horas. Muitos nem sequer garantem resultado em 48 horas ou não têm mais vagas", disse à agência Lusa a partir de Portugal, onde aguarda com ansiedade o reencontro.
Marco Filipe confirma e insurge-se contra a falta de clareza, porque o comunicado oficial do Governo português refere ser possível fazê-lo à chegada a Portugal, mas as companhias aéreas ameaçam não permitir o embarque de aeroportos britânicos sem um resultado do teste feito nas 72 horas anteriores.
As mesmas dificuldades em realizar testes estão a ser partilhadas por outros portugueses nas redes sociais, onde circulam informações contraditórias sobre os procedimentos.
Nos seus 'sites' oficiais, Ryanair e Easyjet indicam que são necessários comprovativos de resultado negativo e a TAP Air Portugal informa que um regime de exceção à apresentação do teste termina às 23:59 de dia 23 de dezembro.
Um porta-voz da Easyjet explicou à Lusa que uma tolerância foi autorizada por Lisboa para vigorar entre dias 21 e 23 de dezembro.
"A partir da meia-noite desta noite, apenas os nacionais e residentes em Portugal serão deixados entrar no país vindos do Reino Unido e terão que apresentar um teste PCR negativo [feito] nas 72 horas anteriores", vincou.
Mas Marco Filipe lamenta que esta informação esteja escrita na página do Governo e afirma que "os comunicados não são esclarecedores".
A necessidade de um teste para viajar para Portugal anunciada apenas quatro dias antes do Natal foi uma surpresa para muitos portugueses que mantiveram os planos para se juntar à família, mesmo se tal é desaconselhado pelo Governo britânico, na sequência do anúncio de novas restrições devido a uma variante mais contagiosa do novo coronavírus, que provoca a doença covid-19.
O Governo Português decretou no domingo que apenas os residentes em Portugal ou os cidadãos portugueses e respetivos familiares podem entrar em território nacional oriundos do Reino Unido, ameaçando as companhias aéreas com multas elevadas se deixarem passageiros que não cumpram os requisitos.
"Os viajantes que não sejam portadores desse comprovativo poderão, excecionalmente, ser autorizados a embarcar. À chegada ao território nacional, serão encaminhados, pelas autoridades competentes, para a realização do referido teste, a expensas próprias, no interior do aeroporto", lê-se no Portal das Comunidades Portuguesas.
O Ministério das Infraestruturas e Habitação, que tutela os aeroportos, confirmou que, devido à urgência do despacho publicado no domingo, o Governo articulou-se com a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) para isentar as transportadoras aéreas durante três dias de multas se deixassem viajar passageiros sem teste negativo.
"Esta informação sobre a 'suspensão' das multas foi comunicada pela ANAC às companhias aéreas, uma vez que essa multa se aplica apenas a elas e não aos passageiros", adiantou fonte governamental, vincando que, "a partir das 23h59 de hoje, o despacho de 20 de dezembro aplica-se na sua plenitude".
A confusão sobre os procedimentos começou logo na segunda-feira, e afetou Carolina Cardenas, que viu o seu voo de Heathrow para o Porto atrasar 10 horas porque lhe exigiam um teste, mas o laboratório existente no aeroporto de Heathrow não oferecia resultados imediatos.
Após pressão de dezenas de passageiros, a British Airways deixou a luso-colombiana partir, mas num voo para Lisboa, onde precisou de esperar quase cinco horas na fila para obter um teste, pelo qual pagou 100 euros, e só na manhã seguinte é que seguiu para o Porto, onde reside, às suas próprias custas.
"Acho que algumas pessoas desistiram de esperar porque não vieram no meu voo", disse à Lusa.
Rui Rangel viajou na terça-feira para Lisboa, mas também encontrou resistência da transportadora britânica, e só conseguiu embarcar, juntamente com outros emigrantes, após a intervenção de uma funcionária da embaixada, que por acaso se encontrava no mesmo voo.
"As pessoas estavam agitadas. Foi muito stressante", relatou à Lusa, referindo que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras lhe tinha assegurado antes que poderia fazer o teste à chegada.
Nos últimos dias, Tatiana Rodrigues, que vai viajar com o filho, e uma amiga têm procurado freneticamente um laboratório de testes que deem o resultado antes de dia 29 de dezembro, e só encontraram solução a cerca de 70 quilómetros de distância, no aeroporto de Stanstead.
"Pagámos 99 libras [110 euros] por pessoa. Os outros só tinham vagas para dia 30 [de dezembro] ou dia 04 [de janeiro]. É uma despesa adicional, mas tínhamos medo de não deixarem embarcar", confessou.
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