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Presidente da República angolano apresenta proposta para "acordo de paz duradoura" na República Democrática do Congo

Informação foi divulgada na página de Facebook da presidência angolana, depois de João Lourenço se ter deslocado à República Democrática do Congo.

12 de agosto de 2024 às 22:16

O Presidente angolano apresentou esta segunda-feira uma proposta concreta de "acordo de paz duradoura" para ser analisada pelo Ruanda e pela Republica Democrática do Congo (RDCongo) para pôr fim ao conflito no leste congolês.

A informação foi divulgada na página de Facebook da presidência angolana, depois de João Lourenço se ter deslocado à RDCongo, onde se encontrou com o seu homólogo Félix Tshisekedi.

No domingo, o chefe de Estado angolano esteve também no Ruanda, onde assistiu à investidura de Paul Kagamé para um novo mandato de cinco anos e esteve também reunido com o Presidente do Ruanda.

A proposta apresentada por João Lourenço surge na sequência da entrada em vigor do cessar-fogo entre a RDCongo e o Ruanda no passado dia 4 de agosto, mediado por Angola.

Os dois países têm assim a oportunidade de analisar a proposta para, nos próximos dias em data a acordar entre Angola, RDCongo e o Ruanda, a referida proposta de paz duradoura começar a ser discutida em Luanda ao nível ministerial, segundo a nota da presidência angolana.

No final do encontro em Kinshasa, em conferência de imprensa, a ministra dos Negocios Estrangeiros congolesa, Thérèse Kayikwamba, disse que Tshisekedi "reiterou a total disponibilidade do Governo congolês em participar nas próximas etapas do processo de Luanda, sob os auspícios do mediador João Lourenço".

A RDCongo acusa o Ruanda de apoiar o movimento rebelde M23, para se apoderar dos recursos minerais do Leste do país, enquanto o grupo armado alega estar a defender uma parte ameaçada da população tutsi que vive na província do Kivu do Norte.

Na passada terça-feira, Félix Tshisekedi acusou o antecessor, Joseph Kabila, de preparar uma "insurreição" e de coordenar ou pertencer à Aliança Francesa do Congo (AFC), um movimento político-militar que inclui o Movimento 23 de Março (M23).

"A AFC é ele", assegurou Tshisekedi, sem dar mais pormenores, nesta entrevista concedida à rádio congolesa Top Congo, na Bélgica, onde se encontra para tratamento médico, e publicada pela Presidência da República Democrática do Congo na sua conta na rede social X.

O M23 é um dos mais de 100 grupos armados ativos no leste da RDCongo, muito rica em ouro, metais raros fundamentais às maiores tecnológicas mundiais e vários outros recursos minerais.

A Aliança Rio Congo, movimento político-militar que integra grupos armados como o M23, felicitou na quinta-feira todos os intervenientes que procuram uma resolução pacífica da crise no leste da República Democrática do Congo, depois do anúncio de um cessar-fogo entre o Ruanda e a RDCongo mediado por Angola, mas sublinhou que não está "automaticamente vinculada às conclusões de reuniões para as quais não foi convidada", reclamando o diálogo direto com o Governo de Kinshasa.

 

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