A edição de hoje
Tem 39 anos e é o secretário do Exército dos EUA. Nos útlimos dias, reuniu-se com Zelensky, esteve nas negociações de Genebra e em breve vai dialogar com o Kremlin.
Dan Driscoll. O nome tem surgido nas últimas semanas fortemente associado às negociações de paz e ao plano proposto pelos Estados Unidos para colocar fim à guerra na Ucrânia. Mas afinal quem é o secretário do Exército dos EUA que Donald Trump enviou para participar numa série de reuniões no exterior com vista à execução de um plano de paz que tem como objetivo colocar um ponto final no conflito entre a Rússia e a Ucrânia?
Daniel Driscoll tem 39 anos e é o secretário do Exército mais jovem da história dos Estados Unidos. Trump chama-lhe o "tipo dos drones" devido ao seu grande conhecimento sobre novas tecnologias em campos de batalha. Conhecido até há pouco tempo como um homem mais virado para questões de orçamentos, logística e de pessoal no exército, agora surge no centro das discussões de um plano de paz para a Ucrânia como intermediário de Donald Trump. Mas a verdade é que não se lhe conhece qualquer histórico anterior de relações com a Rússia e a Ucrânia, nem propriamente grande experiência a nível da diplomacia.
Driscoll chegou à administração de Trump pela mão do vice-presidente JD Vance, de quem foi colega na universidade. Frequentou uma universidade pública antes entrar para o exército dos EUA (é filho de um soldado) e obteve o diploma em Direito em Yale. Como militar tornou-se oficial em 2007, recebeu várias condecorações e chegou a liderar um pelotão que fez missão no Iraque em 2009.
Trabalhou no Congresso como estagiário na comissão de assuntos de veteranos do Senado e, em 2020, candidatou-se sem sucesso a uma vaga na Câmara dos Representantes pela Carolina do Norte. Trabalhou depois num banco de investimentos na Carolina do Norte como diretor de operações.
“Driscoll tem sido um dos elementos mais impressionantes da administração Trump desde a sua confirmação”, disse ao Politico uma fonte próxima da Casa Branca. “Embora ele não tivesse muitas relações na órbita de Trump, construiu ligações fortes e é bem visto pela equipa”, prosseguiu a mesma fonte. Há uns meses esteve envolvido no polémico envio de unidades da Guarda Nacional por Trump para cidades dos EUA em missões de manutenção da lei e da ordem.
Incialmente, Donald Trump apostou no enviado especial Steve Witkoff para elaborar um plano de cessar fogo com vista ao conflito entre Rússia e Ucrânia. Mas desde que foi conhecido o plano de paz dos EUA, a pasta passou para Driscoll, a quem o The Guardian chamou o "ex-especialista em drones de Trump que se tornou no improvável articulador do acordo de paz com a Ucrânia".
O secretário do Exército viajou nas últimos dias até à Ucrânia para se reunir com Zelensky e apresentar-lhe pessoalmente o plano de paz dos EUA, juntamente com altos funcionários do Pentágono, e nos dias a seguir esteve presente nas negociações ao mais alto nível com responsáveis ucranianos em Genebra, na Suíça, ao lado do secretário de Estado Marco Rubio, Witkoff e do genro de Trump, Jared Kushner.
Ao mesmo tempo, de acordo com a CBS News, dialogou com autoridades russas em Abu Dhabi. E em breve é esperada uma deslocação à Rússia para discutir o plano de paz diretamente com o Kremlin, assim como deverá ser ele a conversar com os aliados europeus da NATO.
Perante tanto protagonismo, há quem o aponte a outros cargos no futuro. Poderá assumir o papel de negociador com a Ucrânia quando Keith Kellogg deixar o posto em janeiro. Ou até, quem sabe, chegar a secretário de Defesa se Pete Hegseth deixar o cargo. O tempo (e o sucesso das negociações com vista à paz na Ucrânia) o dirá...
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