O último balanço do Governo angolano sobre estes acontecimentos dá conta da existência de pelo menos 22 mortos, 197 feridos e 1.214 detenções.
Relatório aponta para 91 lojas vandalizadas em Luanda e Malanje em três dias de tumultos
Pelo menos 91 estabelecimentos comerciais foram vandalizados em três dias de tumultos em Angola nas províncias de Luanda e Malanje, segundo um relatório preliminar a que a Lusa teve acesso esta quinta-feira.
O levantamento preliminar feito pela Associação de Empresas de Comércio e Distribuição Moderna de Angola (Ecodima) dá conta que foram sete cadeias comerciais efetivamente pilhadas, enquanto nove operadores registaram tentativas de vandalismo, em 24 unidades distintas. Destaque para as lojas Arreiou, com 72 unidades de venda alvo de pilhagens.
Na província de Luanda, o epicentro de três dias de tumultos na sequência de uma paralisação dos taxistas em protesto face ao aumento do preço do combustível e das tarifas de táxis, os atos registaram-se nas zonas da Vila de Viana, Calemba 2, Golfo 2, Cacuaco, Zango, Benfica, Fubu, Camama, Sapu, Nova Vida, Chicala, Talatona, Rocha Pinto, Samba, Morro Bento, Kilamba, KK5000, Bairro Popular, Ingombota, Palanca e Maianga, evidenciando "a dispersão geográfica dos incidentes no tecido urbano da capital".
Os últimos três dias de paralisação nacional dos transportes privados colectivos (vulgo táxis, candongueiros ou azuis e brancos), entre 28 e 30 deste mês, ficaram caracterizados, em diversas zonas do país, com maior incidência em Luanda, por atos de arruaça, vandalismo, pilhagem e tentativas de invasão a estabelecimentos comerciais.
"Estes acontecimentos, (...) configuram um ataque direto ao investimento privado, à estabilidade económica e à integridade física dos trabalhadores afetos ao comércio formal", destaca a Ecodima no relatório.
Sobre os impactos económico e social, a associação sublinha que estes episódios representam uma ameaça concreta à sustentabilidade do setor da distribuição, responsável por milhares de postos de trabalhos diretos e indiretos e por uma contribuição significativa na arrecadação fiscal do Estado. Por outro lado, destaca que está ainda por avaliar os prejuízos materiais sobre as infraestruturas, equipamentos, stocks de mercadorias e operações logísticas.
"Referir igualmente os impactos psicológicos e físico sobre os trabalhadores, forçados a evacuar estabelecimentos comerciais em situações de pânico, bem como o abalo na confiança dos investidores no mercado nacional", salienta-se no documento.
"A Ecodima, (...) manifesta a sua profunda preocupação face ao agravamento da situação que se vive na capital do país, e sublinha que os seus associados têm adotado todas as medidas possíveis para a salvaguarda dos seus investimentos e recursos humanos, nomeadamente o encerramento antecipado e temporários de estabelecimentos comerciais, como forma de prevenção de danos mais severos", pode ainda ler-se no mesmo documento.
A associação recomenda "com caráter de urgência, a articulação entre os órgãos de defesa e segurança, o Executivo e o setor empresarial, visando o reforço das medidas preventivas e a salvaguarda do funcionamento da economia formal", explicando que está a ser feito um levantamento detalhado dos prejuízos sofridos, para submeter às autoridades competentes.
Entre as ações prioritárias, a associação destaca o reforço da segurança em zonas comerciais críticas; o restabelecimento imediato da ordem pública; a garantia de mobilidade para os trabalhadores e veículos de transporte de mercadorias e a declaração de apoio institucional aos operadores lesados.
O último balanço do Governo angolano sobre estes acontecimentos, que afetaram também as províncias de Icolo e Bengo, Bengo, Benguela, Huambo e Huíla, dá conta da existência de pelo menos 22 mortos, 197 feridos e 1.214 detenções.
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