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Republicanos alertam que paralisação do Governo pode ser a mais longa da história

Presidente republicano da Câmara dos Representantes garante que "não negociará" com os democratas até que estes suspendam as suas exigências.

13 de outubro de 2025 às 23:40

O presidente republicano da Câmara dos Representantes antecipou, esta segunda-feira, que a paralisação do Governo federal pode tornar-se a mais longa da história, garantindo que "não negociará" com os democratas até que estes suspendam as suas exigências.

Sozinho no Capitólio no 13.º dia da paralisação, o presidente da câmara baixa do Congresso norte-americano, Mike Johnson, disse desconhecer os detalhes da demissão de milhares de funcionários federais por parte da administração Trump.

Esta é uma demissão em massa bastante invulgar, amplamente vista como uma forma de aproveitar a paralisação para reduzir o âmbito do Governo, noticiou a agência Associated Press (AP).

"Estamos a caminhar a passos largos para uma das paralisações mais longas da história americana", frisou Johnson, do Louisiana.

Sem um desfecho à vista, a paralisação deverá prolongar-se por um futuro imprevisível.

O encerramento interrompeu as operações governamentais de rotina, fechou os museus Smithsonian e outras instituições culturais importantes e deixou os aeroportos em dificuldades com as interrupções de voos, injetando ainda mais incerteza numa economia já precária.

A Câmara dos Representantes está fora do período legislativo, com Johnson a recusar-se a convocar os congressistas de volta a Washington, enquanto o Senado (câmara alta), encerrado esta segunda-feira devido ao feriado federal, regressará ao trabalho na terça-feira.

Mas os senadores estão presos num beco sem saída de votações falhadas, enquanto os democratas se recusam a ceder nas suas exigências de assistência médica.

Johnson agradeceu ao presidente Donald Trump por ter assegurado que os militares são pagos esta semana, o que retirou um dos principais pontos de pressão que pode ter levado as partes à mesa das negociações.

A Guarda Costeira também está a receber os seus salários, confirmou esta segunda-feira um alto responsável do Governo, que falou sob condição de anonimato.

A paralisação é um debate sobre a política de saúde e, em particular, sobre os subsídios do Affordable Care Act, que estão a expirar para milhões de norte-americanos que dependem de ajudas governamentais para adquirir os seus próprios planos de saúde nas bolsas do Obamacare.

Os democratas exigem a extensão dos subsídios, enquanto os republicanos defendem que a questão pode ser tratada mais tarde.

Com o Congresso e a Casa Branca num impasse, alguns estão de olho no final do mês como o próximo potencial prazo para a reabertura do Governo.

É quando começam as inscrições, em 01 de novembro, para o programa de saúde em questão, e os norte-americanos enfrentarão a perspetiva de prémios de seguro inflacionados.

A Kaiser Family Foundation estimou que os custos mensais duplicariam se o Congresso não renovasse os pagamentos dos subsídios que expiram a 31 de dezembro.

É também quando os funcionários públicos com salários mensais, incluindo milhares de assessores da Câmara dos Representantes, ficarão sem os seus salários.

O debate sobre os cuidados de saúde tem perseguido o Congresso desde que a Lei da Assistência Médica Acessível (Affordable Care Act) foi promulgada pelo então Presidente Barack Obama, em 2010.

O país passou por uma paralisação governamental de 16 dias durante a presidência de Obama, quando os republicanos tentaram revogar a lei de 2013.

Trump tentou "revogar e substituir" a lei, vulgarmente conhecida como Obamacare, durante o seu primeiro mandato, em 2017, com maioria republicana na Câmara e no Senado. Esta tentativa falhou quando o então senador John McCain, de forma memorável, votou contra o plano.

Com 24 milhões de inscritos no Obamacare, um recorde, Johnson disse na segunda-feira que é improvável que os republicanos voltem a seguir esse caminho, referindo que ainda sofre de stress pós-traumático desse momento falhado.

A paralisação mais longa, durante o primeiro mandato de Trump devido às suas exigências de fundos para a construção do muro na fronteira EUA-México, terminou em 2019, após 35 dias.

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