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Sanchéz novamente refém dos independentistas após eleições em Espanha

Socialistas falham maioria com o Podemos e dependem dos nacionalistas bascos.

29 de abril de 2019 às 01:30

O PSOE, do primeiro-ministro Pedro Sánchez, venceu as eleições legislativas deste domingo em Espanha mas ficou aquém da desejada maioria de esquerda com o Unidas Podemos e depende agora do apoio dos nacionalistas bascos e dos separatistas catalães para formar governo.

Já a aliança de direita liderada pelo Partido Popular (PP) ficou longe da maioria apesar do resultado histórico dos populistas do Vox, que irrompem no Parlamento como quinta força política e mais de 20 deputados.

Quando estavam contados cerca de 98% dos votos, o PSOE seguia destacado na frente com 123 deputados, seguido pelo PP com 66, o pior resultado de sempre obtido pelos populares em eleições legislativas, numa estrondosa derrota para Pablo Casado, que perdeu mais de metade dos 137 deputados eleitos por Mariano Rajoy em 2016.

O Cidadãos, de Albert Rivera, foi o terceiro partido mais votado, com 57 deputados, seguido pelo Unidas Podemos, de Pablo Iglesias, que elegeu apenas 42 deputados, pouco mais de metade dos 71 que tinha no hemiciclo até agora.

O descalabro do Podemos terá sido, aliás, o grande responsável pelo fracasso da maioria de esquerdas desejada por Sánchez, que força o primeiro-ministro a negociar novamente com os nacionalistas bascos do PNV (seis lugares) e, principalmente, com os independentistas catalães da ERC (15 lugares) que ajudaram a derrubar o seu último governo.

As outras alternativas para um governo liderado pelos socialistas são uma aliança improvável com o Cidadãos, repetidamente afastada pelos líderes de ambos os partidos, ou a negociação de acordos com os pequenos partidos à esquerda.

À direita, a aliança entre PP, Cidadãos e Vox não foi além dos 147 deputados, muito aquém dos 176 necessários para a maioria no Congresso dos Deputados. 

Pormenores

Podemos cai mas é chave

O Unidas Podemos, de Pablo Iglesias, que há três anos foi a terceira força política mais votada, com 71 deputados, caiu para 42 lugares nestas eleições, sendo o grande responsável pela inexistência de uma maioria clara de esquerda, mas será na mesma crucial em qualquer solução de governo liderada pelo PSOE.

ERC eclipsa JxCat

A Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), liderada por Oriol Junqueras, em prisão preventiva e a ser julgado por rebelião, foi o grande vencedor na Catalunha, com 15 deputados (subiu 6), eclipsando o Juntos Pela Catalunha de Carles Puigdemont, líder separatista refugiado em Bruxelas, que não foi além dos 7 deputados (perde 1).

Afluência às urnas sobe

A taxa de participação foi de 75,51%, uma subida de 9% relativamente a 2016. Afluência na Catalunha aumentou 17,8%.

Vox irrompe no Parlamento com resultado histórico

As sondagens já o tinham anunciado e os números finais confirmaram o resultado histórico do Vox, que irrompeu no Parlamento com 24 deputados e 10,2 por cento dos votos a nível nacional.

Formação liderada por Santiago Abascal torna-se assim o primeiro partido de extrema-direita a eleger deputados após a queda da ditadura, embora o resultado tenha ficado aquém das expectativas internas.

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