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São Paulo, Rio de Janeiro e outras regiões brasileiras suspendem aulas e eventos por causa do coronavírus

Bolsonaro não adoptou até agora nenhuma norma de restrição de movimentos.

15 de março de 2020 às 14:51

São Paulo e Rio de Janeiro, as duas maiores cidades do Brasil, decidiram suspender as aulas nas escolas públicas a partir de segunda-feira, e proibir eventos públicos que reunam mais de 500 pessoas, numa tentativa ainda embrionária de tentar restringir o avanço do Coronavírus. A iniciativa das duas maiores cidades começou a ser seguida por outros estados e municípios de forma isolada, já que o governo do presidente Jair Bolsonaro, que há dias afirmou em Miami, nos EUA, que o Coronavírus é uma invenção da imprensa, não adoptou até agora nenhuma norma de restrição de movimentos.

O ministro da Saúde, o médico Luiz Henrique Mandetta, que parece ser um dos poucos membros do governo realmente preocupado com a situação, alertou que, se não forem tomadas medidas drásticas de restrição de movimentos e de aglomeração, o número de casos de Coronavírus vai duplicar no Brasil a cada três dias. Mas o executivo central nem assim tomou qualquer medida, alegando que cada cidade e cada estado sabe o que é melhor para si e tem a responsabilidade de cuidar do seu próprio território.

Por isso São Paulo e Rio sairam primeiro, já tendo sido seguidas, sempre de forma individualizada, por outras cidades. Em Salvador, capital da Bahia, as aulas também foram suspensas, o mesmo tendo sido feito em todo o estado de Goiás e de Minas Gerais.

Na cidade do Rio de Janeiro, a restrição inclui o encerramento de museus e outros espaços públicos e privados, como cinemas e teatros. Na capital fluminense como em São Paulo, este fim de semana todas as partidas de futebol decorrerão sem público, e a Confederação Brasileira de Futebol estuda a possibilidade de suspender jogos em todo o Brasil até final da pandemia.

Depois da adoção das medidas restritivas, os governos que as adoptaram estão a enfrentar um outro problema, o que fazer com todas as pessoas que ficarão sem terem para onde ir, e que em São Paulo, por exemplo, contando apenas crianças e adolescentes dos colégios estaduais, são impressionantes 3,5 milhões. O governo paulista está a estudar criar um sistema de ensino à distância, para manter esses milhões de alunos em casa e evitar que percam o ano, pois não se sabe quanto tempo a pandemia de Coronavírus durará, enquanto a autarquia do Rio de Janeiro já avisou que se as pessoas optarem por ir para as praias por os museus, estádios e cinemas estarem fechados, poderá fechá-las.

Por enquanto, e não obstante os alertas do Ministério da Saúde, as pessoas não parecem levar a pandemia muito a sério, talvez porque o número de casos confirmados da doença são pouco mais de 150, numa população de mais de 210 milhões de habitantes. Apesar de productos como álcool gel, máscaras e luvas terem desaparecido das prateleiras de farmácias e supermercados, mostrando que muita gente está a precaver-se, bares, restaurantes e discotecas estão lotados noite após noite, principalmente na capital paulista.

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