"Já temos não só o conselho de administração como todos os órgãos, a mesa da assembleia-geral e também o conselho fiscal", revelou.
A ex-presidente da Radiotelevisão Cabo-verdiana (RTC), Sara Pires, foi esta quinta-feira eleita presidente dos Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), durante uma assembleia-geral extraordinária, após a reversão da privatização da companhia por decisão do Governo, informou fonte oficial.
"Já temos não só o conselho de administração como todos os órgãos, a mesa da assembleia-geral e também o conselho fiscal", revelou, na cidade da Praia, Vítor Fidalgo, em representação dos acionistas privados da companhia aérea cabo-verdiana.
O conselho de administração vai ser liderado por Sara Pires, ex-presidente da RTC, que terá como administradores executivos João Alberto e Carlos Salgueiral, e como administradores não executivos José Adelino Ribeiro e Neusa Évora.
Além do acionista Estado, que detém 90% da empresa, marcaram presença na assembleia-geral alguns pequenos acionistas privados, sendo três presencialmente e outros por videoconferência.
Esta é a primeira vez que a TACV vai ter uma mulher na presidência do conselho de administração, mas Vítor Fidalgo salientou que, a par da administradora não executiva, essa não foi condição para a escolha, mas por ter capacidade para desempenhar essas funções.
Já a assembleia-geral vai ser presidida por Eva Caldeira Marques, que terá como secretário Patrick Lopes, enquanto o conselho fiscal terá como membros Luís Aguiar, Valentim Almeida Pinto e Maria da Luz de Pina.
Segundo Vítor Fidalgo, as propostas já tinham sido objeto de várias sessões negociais e tiveram "consenso" entre o Estado e os acionistas privados, entrando numa nova fase, que passa por "refundar" a TACV.
Após a eleição, a nova administração tem um prazo até 90 dias, e máximo de 120, para convocar nova assembleia extraordinária para apresentar o seu plano para refundação da transportadora área e definir os principais desafios.
"Esperamos que os TACV sejam um 'player' importante na conectividade de Cabo Verde com o mundo", perspetivou o empresário, traçando como nichos os mercados étnicos e turísticos.
A partir de agora, o porta-voz dos pequenos acionistas disse que a meta é ter uma empresa rentável e capaz de desempenhar o papel na conectividade de Cabo Verde com o mundo, num rumo que vai ser traçado pela nova administração.
Para Fidalgo, Cabo Verde "não pode falhar mais" com a sua transportadora aérea de bandeira nacional, desafiando todos a trabalhar mais, em colaboração, para apresentar resultados.
"Os TACV têm uma importância para Cabo Verde em termos de conectividade. A população está sofrendo neste momento dessa ausência de alternativas de voos para o exterior", salientou a mesma fonte, que não arrisca avançar uma data para a companhia voltar às operações.
A assembleia-geral tinha apenas dois pontos na ordem de trabalhos, concretamente as deliberações sobre a nomeação dos novos membros dos órgãos sociais e respetivas remunerações.
Mais de dois anos depois da privatização, esta foi a primeira assembleia-geral em que o Estado cabo-verdiano voltou a ter poder de decisão, face à aprovada reversão daquela operação, com 90% do capital social, cabendo o restante a pequenos acionistas, entre trabalhadores e emigrantes.
"Com a tomada da posição maioritária na CVA [nome comercial adotado desde 2019 para a TACV], a empresa deve ser reestruturada. A retoma das operações deverá acontecer quando condições de sustentabilidade económica, financeira e comercial estiverem criadas", afirmou em finais de julho o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva.
A Loftleidir Cabo Verde, de investidores islandeses, anunciou que pretende reverter a renacionalização da TACV e ser "ressarcida pelos prejuízos causados" por aquela decisão, enquanto o Governo garantiu, na resposta, que cumpriu com o acordado e acusou a administração islandesa anterior de várias irregularidades na gestão da companhia e na relação com o Estado.
O Estado cabo-verdiano assumiu em 06 de julho a posição de 51% na TACV detida desde 2019 por investidores islandeses, alegando vários incumprimentos na gestão e dissolvendo de imediato os corpos sociais.
Em 13 de julho, a companhia - que não realiza voos comerciais devido à pandemia de covid-19, desde março de 2020 - anunciou o cancelamento de "todos os voos" do plano de retoma da atividade, que previa progressivamente voos do arquipélago para Lisboa, Paris e Boston.
Em março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da então empresa pública TACV por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (grupo Icelandair, que ficou com 36% da CVA) e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada).
A companhia, em que o Estado cabo-verdiano mantinha uma posição de 39%, concentrou então a atividade nos voos internacionais a partir do 'hub' do Sal, deixando os voos domésticos.
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