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Seguidor de Bolsonaro atira camião contra posto da polícia em protesto contra julgamento do ex-presidente

Homem tentou subornar os polícias oferecendo-lhes o equivalente a 2459 euros que tinha no veículo para não ser preso.

27 de março de 2025 às 09:32

Um seguidor radical do ex-presidente Jair Bolsonaro atirou esta quarta-feira o próprio camião, de grande porte, contra uma base da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na periferia de Brasília. Ao ser preso, o camionista, identificado como Márcio Pinheiro Saldanha, afirmou que o seu intento era derrubar o imóvel e provocar o maior número possível de estragos para protestar contra o início do julgamento do antigo presidente, constituído arguido por golpe de Estado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) horas depois do ataque.

A Polícia Federal foi chamada e trata o caso como ataque terrorista. O ataque só não redundou numa tragédia humana porque o motorista perdeu o controlo do pesado veículo e não conseguiu que este colidisse em cheio contra a base da polícia.

O ataque aconteceu na madrugada de quarta-feira, pouco antes do início do julgamento de Bolsonaro, na base da PRF conhecida como Unidade Operacional Recanto das Emas, num dos acessos à capital federal brasileira. De acordo com a PRF, o camionista, que regressava a São Paulo depois de fazer uma entrega de mercadorias em Brasília, chegou à área da base policial com o veículo em altíssima velocidade e, de repente, guiou o camião para fora da estrada e direcionou-o contra o posto.

A colisão, que poderia ter derrubado a base da polícia e morto os agentes que estavam lá dentro e na área descoberta, só não aconteceu porque o pesado foi obstruído pelas barreiras de proteção contra ataques. Depois de rebentar uma primeira barreira e passar por cima de outra e de um “quebra-molas”, o grande camião ficou desgovernado, desviou-se do centro da edificação e acabou por parar ao embater contra viaturas da PRF estacionadas no pátio, que ficaram destruídas.

Ao receber voz de prisão dos agentes que tentou atingir, o camionista, sempre de acordo com a própria PRF, tentou subornar os polícias oferecendo-lhes o equivalente a 2459 euros que tinha no veículo para não ser preso. Ele foi incriminado por embriaguez ao volante, pois apresentava um elevado índice de alcoolemia, danos ao património e tentativa de múltiplos homicídios, e foi entregue à Polícia Federal, que deve acrescentar a essas acusações a de terrorismo, já que ele mesmo confessou motivação política para o ataque.

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