Recurso em análise no próximo mês tem o intuito de esclarecer e não de anular a sentença que levou Lula para a prisão.
1 / 3
O Supremo Tribunal Federal brasileiro, STF, vai julgar em Setembro um novo recurso apresentado por Lula da Silva, preso desde 7 de abril para cumprir pena de 12 anos e um mês por corrupção a que foi condenado em janeiro. O julgamento será pelo método do chamado "Plenário Virtual", sistema em que cada juiz insere o seu voto no processo através da internet.
A votação começará dia 7 e os juízes da mais alta instância da justiça brasileira têm até final do dia 13 para inserirem os seus votos e, se assim o desejarem, os seus comentários sobre o caso. Edson Fachim, relator dos processos contra o ex-presidente Lula da Silva e que sistematicamente toma decisões contrárias ao antigo presidente, estava com o recurso de Lula desde Abril para análise e podia escolher entre enviá-lo para julgamento no plenário normal do Supremo, onde haveria debate sobre o caso, ou para o "Plenário Virtual", onde não há discussão e os magistrados normalmente apenas se limitam a votar.
O novo recurso é exatamente um chamado "Embargo de Declaração", ou seja, um questionamento a uma decisão tomada pelo próprio tribunal em Abril, quando, por proposta de Fachim, o STF validou o entendimento de que arguidos condenados em segunda instância, caso do ex-presidente, podiam ter a prisão decretada. Os advogados de Lula querem que o Supremo Tribunal esclareça claramente se essa prisão é obrigatória e automática, como defende Fachim, ou se é apenas possível e pode ser aplicada ou não de acordo com as circunstâncias do caso e a interpretação do juiz que preside ao processo, como defendem e têm praticado outros magistrados do próprio STF.
Ou seja, o recurso em análise no próximo mês tem o intuito de esclarecer e não de anular a sentença que levou Lula para a prisão. Mas, se prevalecer o entendimento de que a prisão após condenação em segunda instância não é automática, muito menos obrigatória, o caso de Lula poderia ser revisto e aumentariam as suas chances de conseguir a liberdade provisória.
Quando o juiz Sérgio Moro decretou a prisão de Lula, na opinião de muitos juristas de forma precipitada, no início de Abril, usando o pretexto da condenação em segunda instância, os advogados do antigo governante instauraram um pedido de habeas corpus ao STF para que Lula pudesse continuar em liberdade até esgotar todos os recursos a que ainda tem direito.
Numa velocidade também inédita, Edson Fachim negou o pedido de forma monocrática, sem o submeter a votação, e Lula, que ficou cerca de 48 horas entrincheirado no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, cidade vizinha a São Paulo onde vive e fez a sua carreira sindical, acabou por se entregar, apesar da multidão de simpatizantes que o cercava e protegia ter tentado impedir.
Lula trava uma luta contra-relógio em várias instâncias da justiça para tentar ser libertado e, mais do que isso, não ser declarado inelegível, pois registou-se em 15 de Agosto como candidato do Partido dos Trabalhadores às presidenciais de Outubro próximo e ainda não pode participar na campanha eleitoral, que começou dia 16. A candidatura dele teve 16 pedidos de impugnação, de adversários, entidades e da Procuradoria-Geral da República, que só devem ser analisados nos primeiros dias de Setembro, e Lula, apesar de condenado e preso, continua a liderar a corrida presidencial, subiu em todas as sondagens divulgadas semana passada e, segundo esses levantamentos, se as eleições fossem hoje ele venceria todos os adversários tanto na primeira quanto na segunda volta.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.