Nem sequer se pode falar na queda de um anjo, porque a brutalidade e a mórbida frieza que Bruno, guarda-redes titular do Flamengo, usou contra a ex-amante, Eliza Samúdio, que alegadamente espancou e mandou assassinar por um amigo, à sua frente, esteve sempre presente na vida do atleta. A violência acompanha-o desde que nasceu, na periferia da capital de Minas Gerais, Belo Horizonte.
Os pais, Maurílio Souza, falecido há oito anos, e Sandra Santos, de 43 anos, acusados de vários crimes, separaram-se e abandonaram Bruno ainda recém-nascido. O jogador foi criado pela avó paterna, Stela Souza, numa favela na cidade vizinha, Ribeirão das Neves. Fascinado pelo futebol, ainda menino, e apesar da fome, Bruno gastava as poucas moedas que conseguia no transporte até à capital mineira para treinar na escolinha do Atlético. Foi lá que o seu talento foi descoberto, mas também foi lá que ficou patente a sua agressividade.
"Bruno sempre foi um atleta com potencial enorme, mas era emocionalmente muito instável", conta Moacir Júnior, técnico do guarda--redes nessa época, acrescentando: "Por causa do abandono, ele era psicologicamente transtornado."
Depois do sucesso no Atlético, Bruno foi, aos 21 anos, para o Corinthians, de São Paulo, mas levou os problemas com ele. Dispensado por indisciplina, foi emprestado ao Flamengo, do Rio de Janeiro, onde defesas espectaculares o transformaram no herói da conquista de três campeonatos cariocas e do Brasileirão do ano passado.
Bruno, de 25 anos, chegou mesmo a ser falado para jogar no AC Milan e no FC Porto. Mas os êxitos e as conquistas estiveram sempre manchados por escândalos, que se sucederam em catadupa, sobretudo desde 2008: espancou prostitutas, fãs e a própria Eliza.
"O sucesso dele cresceu com as suas boas defesas, mas esteve sempre envolvido em polémicas", afirma Rodrigo Fernandes, irmão de Bruno, que também tem problemas com a Justiça. "É uma pessoa muito problemática", remata.
APONTAMENTOS
'MARIA CHUTEIRA'
Eliza Samúdio era conhecida como ‘Maria Chuteira’, termo que se usa no Brasil para mulheres que se projectam à sombra dos jogadores. Ela rejeitava o epíteto, argumentando que eles é que iam atrás dela.
JOGADOR AMADOR
Os relacionamentos da vítima com jogadores terão começado aos 19 anos, quando foi para Curitiba atrás de um jogador de futebol amador.
ERA FASCINADA POR JOGADORES
Desde pequena que Eliza Samúdio era fascinada pelo mundo da bola. A ex-madrasta Dulce Pilger garante que em criança sabia de cor a classificação dos clubes. Numa entrevista, Eliza assegurou ter jogado futebol de salão durante dez anos no Paraná antes de ir para São Paulo. Era uma habitué das festas organizadas por jogadores. O guarda-redes do Flamengo não foi o primeiro futebolista com quem teve um affair. Numa página que tinha na internet, Eliza colocou fotos suas ao lado de sete jogadores diferentes. Jurou ter trocado beijinhos com Cristiano Ronaldo.
CRONOLOGIA
21/05/2009
Primeiro encontro
Eliza e Bruno conheceram-se numa festa de jogadores no Rio de Janeiro. Mantiveram relações sexuais e ela engravidou.
18/08/2009
Denúncia de agressão
Grávida de três meses, Eliza afirma ao jornal ‘Extra’ que Bruno é o pai. Acusou-o de a ameaçar. Em Outubro, foi a uma esquadra para denunciar que o jogador e o amigo ‘Macarrão’ a tinham levado à força para a casa de Bruno, onde foi agredida e obrigada a tomar abortivos.
05/06/2010
Vítima esquartejada
‘Macarrão’ convence Eliza a ir ter com Bruno a Minas Gerais. No caminho é agredida com coronhadas por um primo do jogador. Nos dias seguintes é espancada repetidamente. No dia 9 de Junho, o ex-polícia Marcos Santos estrangula-a e esquarteja-a.
06/06/2010
Primo conta tudo
O primo do Bruno que participou no rapto de Eliza e assistiu à sua execução é detido no Rio e conta como Eliza foi morta.
07/06/2010
Dayane detida
A mulher de Bruno, Dayane Souza, é detida em Minas Gerais. Foi ela quem tirou o filho de Eliza da casa do jogador.
DETIDO EXECUTOR DE ELIZA
O ex-polícia Marcos Aparecido Santos, de 47 anos, acusado de ter estrangulado, esquartejado e lançado o corpo de Eliza aos cães, foi preso na quinta-feira à noite em Belo Horizonte, depois de um aparatoso cerco à casa onde se escondia. Poucas horas depois, chegaram àquela cidade o guarda-redes Bruno, que terá ordenado o crime, e o seu amigo Luís Henrique, o ‘Macarrão’, acusado de cumplicidade, que foram transferidos de uma penitenciária do Rio de Janeiro. Ontem, os três foram levados para a sede da Divisão de Homicídios para serem ouvidos e fazerem exame de ADN, mas, de acordo com a polícia, todos se recusaram, a conselho dos advogados. A polícia quer recolher sangue, saliva e cabelos dos três suspeitos, para comparar o seu ADN com o do sangue encontrado no carro de Marcos e na viatura em que Bruno e ‘Macarrão’ levaram Eliza do Rio para Minas Gerais. As autoridades querem ainda confirmar se o filho que a jovem garantia ser do guarda-redes é realmente dele.
Entretanto, o advogado do ex-polícia, alegando motivos pessoais, deixou o caso depois de ter uma conversa, já na prisão, com o seu cliente.
Recorde-se que já na quinta-feira o advogado que defendia Bruno também desistiu do caso.
UM INOCENTE EM DISPUTA
Com pouco mais de quatro meses, o pequeno Bruno, filho de Eliza e do guarda-redes com o mesmo nome, vive drama após outro. Além da violenta morte da mãe e com o presumível pai preso, está a ser disputado como troféu pelos avós maternos. A sua tutela tinha sido atribuída ao avô, Luís Carlos Samúdio, que criou Eliza, mas a ex-mulher dele, que abandonou a modelo aos cinco meses e não a via há anos, denunciou que o ex-marido foi condenado por pedofilia, conseguindo assim a tutela do menino.
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