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Talibãs negam envolvimento em atentado contra Guarda Nacional em Washington

Cabul ainda não tinha reagido oficialmente aos disparos contra dois elementos da Guarda Nacional, registados na quarta-feira passada.

03 de dezembro de 2025 às 14:12

O Governo talibã considerou esta quarta-feira que o atentado contra dois militares norte-americanos em Washington, na semana passada, cujo presumível autor é um cidadão afegão, foi um incidente que "não diz respeito ao Governo nem ao povo afegão".

"Trata-se de um incidente cometido por um indivíduo. A pessoa que praticou este ato foi treinada pelos próprios norte-americanos. [...] Assim, este incidente não diz respeito ao Governo nem ao povo afegão", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Afeganistão, Amir Khan Muttaqi, num vídeo divulgado pelo seu gabinete, na primeira reação oficial dos talibãs ao atentado.

Cabul ainda não tinha reagido oficialmente aos disparos contra dois elementos da Guarda Nacional, registados na quarta-feira passada, dos quais resultou a morte de uma das vítimas, uma mulher.

O suspeito, Rahmanullah Lakanwal, um afegão de 29 anos, ferido no momento da sua detenção no local do ataque, declarou-se na terça-feira inocente, durante uma audiência por videoconferência a partir do hospital onde está internado, segundo vários meios de comunicação, entre eles a CNN.

O homem chegou aos Estados Unidos em setembro de 2021, menos de um mês depois da retirada precipitada das forças norte-americanas do Afeganistão, na sequência do regresso dos talibãs ao poder.

Este antigo membro de uma unidade especial das forças afegãs, que tinha servido ao lado de militares norte-americanos, integrou a vasta operação de evacuação de afegãos que colaboraram com os Estados Unidos contra os talibãs.

"Eles (os norte-americanos) formaram este homem, empregaram-no e ele deixou o Afeganistão através de um processo ilegal que não respeita as normas internacionais", afirmou Muttaqi no vídeo divulgado pelo seu gabinete, extraído de uma reunião realizada na segunda-feira com responsáveis e analistas políticos.

"Dissemos várias vezes aos norte-americanos que precisávamos de relações diplomáticas para podermos prestar serviços consulares aos nossos cidadãos. Isso evita que as pessoas tenham de viajar ilegalmente ou recorrer a atos ilícitos", acrescentou o ministro.

"Da mesma forma que estabelecemos [essas relações diplomáticas] com outros países, devemos começar a fazê-lo com os Estados Unidos", prosseguiu o chefe da diplomacia talibã.

O Governo talibã fez do reconhecimento internacional uma das suas principais prioridades, mas, até agora, apenas a Rússia deu esse passo.

Cabul mantém, no entanto, relações estreitas, ainda que sem reconhecimento oficial, com vários países da Ásia Central, com a China e com os Emirados Árabes Unidos, entre outros.

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