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Telegram é suspenso no Brasil e polícia diz que a aplicação abriga criminosos

Polícia Federal exigiu dados sobre grupos neonazis que incentivam ataques a escolas.

27 de abril de 2023 às 14:29

Após uma decisão judicial nesse sentido, o Telegram foi suspenso no Brasil desde a noite desta quarta-feira e permanecerá assim até que os seus advogados consigam reverter a ordem da justiça federal ou até que entregue à Polícia Federal todos os dados que a corporação exigiu sobre grupos neonazis que incentivam ataques a escolas.

Num relatório a que a imprensa teve acesso parcial, a Polícia Federal brasileira diz que o Telegram abriga conscientemente pessoas e grupos que praticam ou estimulam crimes e que se transformou numa outra "dark web", a Internet obscura usada por todo o tipo de criminosos.

"O ambiente no Telegram é tão seguro para a ocultação das identidades dos seus utilizadores que a aplicação concorre com o também preocupante ambiente proporcionado na "dark web", porém, com o atrativo de ser uma aplicação simples e de fácil manuseio para quem não detém maiores conhecimentos de informática, o que seria necessário para a utilização da "deepweb" - Lê-se num trecho do relatório da investigação da PF que serviu de argumento para a justiça federal decretar a suspensão da plataforma.

A decisão judicial foi comunicada ainda esta quarta-feira às operadoras de telecomunicações e lojas de aplicação que atuam no Brasil, e ao início da noite o Telegram ja não podia ser acedido, situação que se mantinha esta quinta-feira.

Além da suspensão, a justiça determinou uma multa equivalente a 181 mil euros ao Telegram por cada dia que continue a recusar fornecer às autoridades todos os dados requeridos.

No âmbito da investigação de um ataque a uma escola no Espírito Santo, a Polícia Federal pediu ao Telegram os dados e identidades dos responsáveis pelos perfis e contas dos grupos neonazis em que o aluno de 16 anos que realizou a matança se inspirou e onde teria sido incentivado a perpetrar o ataque.

O Telegram, uma das aplicações que mais resiste a colaborar com as autoridades brasileiras no combate a publicações que estimulam o ódio e a violência, entregou alguns dados à Polícia Federal, mas recusou informar as identidades e os contactos conhecidos dos responsáveis pelos perfis extremistas. 

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