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Tia dos 13 irmãos acorrentados pelos pais quebra silêncio

Mulher afirma que a irmã e o cunhado impediam-na de ver as crianças. Só comiam uma vez por dia e os banhos só aconteciam de mês a mês.

18 de janeiro de 2018 às 21:00
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Tia dos 13 irmãos acorrentados pelos pais quebra silêncio

A tia das 13 crianças que viviam em condições deploráveis, acorrentadas, esfomeadas, sem condições de higiene e torturadas pelos pais nas Califórnia, num caso que já é descritos pelos meios de comunicação como "a verdadeira casa dos horrores", quebrou o silêncio sobre o caso em entrevista.

Elizabeth Jane Flores, irmã da mãe dos 13 irmãos, revela que foi proibida de falar com as crianças e admitiu que "algo não batia certo" na forma como David e Louise Turpin cuidavam dos filhos.

"Havia algo estranho na forma como a minha irmã lidava com os filhos, mas nunca desconfiei que fosse algo assim. Toda a família estava preocupada com algumas coisas estranhas, mas não havia nada que pudéssemos fazer. Eles não deixavam que ninguém os visitasse nem revelavam a morada. Eu não os via há 19 anos. Falava com a minha irmã pelo menos uma vez por ano, mas quando pedia para falar com os miúdos ela não me deixava", revela a tia das crianças.

O casal, que está acusado de tortura, maus-tratos infantis e tentativa de homicídio, nem sequer aceitava os pedidos de amizade dos familiares no Facebook. "Os meus pais sofrem muito com tudo isto. Por várias vezes apanharam o avião para ir visitar os netos mas, quando chegavam, a minha irmã e o meu cunhado recusavam dizer a morada e mandavam-nos de volta para casa. Chegavam sempre destroçados e a chorar. Estamos todos muito envergonhados com tudo isto", afirma Elizabeth.

"Ele olhava para mim no duche"

Elizabeth chegou a viver durante algum tempo com o cunhado e a irmã e relata algumas experiências que a deixaram "desconfortável".

"Se fosse tomar banho, ele entrava na casa de banho e olhava para mim no duche. Era como se fosse uma piada. Mas ele nunca me tocava nem fazia nada. Achei só perturbador, mas era jovem e estava assustada, não conhecia ninguém no local onde eles antes viviam, no Texas", conta a mulher.

Crianças esfomeadas e sem tomar banho

O caso foi descoberto depois de ua das filhas do casal, de 17 anos, ter conseguido fugir de casa e alertado a polícia.

O que encontraram foi aterrador. As crianças eram mantidas fechadas num quarto, acorrentadas, onde faziam todas as necessidades no chão. Estavam mal-nutridas e muito sujas. A polícia já apurou que David e Louise Turpin só alimentavam os 13 filhos uma vez por dia e as crianças só tomavam banho uma vez por mês.

Segundo vizinhos, as crianças só saiam de casa acompanhadas pelos pais, à noite. "Desfilavam pela rua, muito pálidos e assustados, pareciam zombies. Achávamos todos que era uma daquelas famílias que pertenciam a seitas estranhas. Nunca imaginámos que viviam naquele horror", relata um vizinho.

Pelos horrores que fizeram os filhos (com idades entre os dois e os 29 anos )passar, o casal poderá ser condenado a prisão perpétua. Os dois serão presentes a tribunal já na próxima semana.

As crianças estão internadas num hospital, a receber antibióticos, vitaminas e nutrientes, mas os médicos temem que os 13 irmãos entrem em choque "devido às más condições em que viviam e porque nunca foram alimentados devidamente".

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