Chiúre é o epicentro da nova onda de ataques de terroristas desde finais de julho.
O Instituto de Psicologia Paz de Moçambique (IPPM) alertou, esta segunda-feira, que problemas logísticos e a insegurança em Cabo Delgado estão a dificultar a assistência humanitária a deslocados, vítimas de ataques terroristas naquela província do norte do país.
Num relatório sobre a situação no terreno, com dados até 09 de agosto, aquela Organização Não-Governamental (ONG) refere que a situação em Chiúre, sul da província de Cabo Delgado, epicentro da nova onda de ataques de terroristas desde finais de julho, "mantém-se instável", embora "sem registo de novos ataques no distrito desde 03 de agosto".
Naquele distrito, um local - Samora Machel/N'rehil - que reúne 1.332 famílias deslocadas "permanece sem assistência", por "dificuldades de segurança e logística em fazer chegar o apoio humanitário".
"Registaram-se novos ataques pontuais em Mocímboa da Praia, Macomia e Ancuabe nos dias 07 e 08 de agosto, gerando novos deslocados internos em Metoro e Ancuabe", alerta-se no relatório.
Acrescenta-se que a população deslocada de Chiúre concentra-se nos centros de transição de Namicir e Micone, duas escolas na vila sede, e de reassentamento de Megaruma, Maningane, com "sinais de cansaço, desconfiança e fragmentação das unidades familiares, por opção própria, nos processos de realocação".
"As operações das Forças de Defesa e Segurança prosseguem com o objetivo de garantir a segurança de todos e restaurar a confiança nas zonas rurais, criando condições mais seguras para a expansão da resposta humanitária", reconhece ainda o IPPM no mesmo relatório.
O último balanço global, de 04 de agosto, da Organização Internacional para as Migrações (OIM) aponta para mais de 57 mil deslocados desde a última semana de julho, devido à nova onda de ataques terroristas na província de Cabo Delgado.
O IPPM alerta para "três pontos críticos exigem atenção imediata" devido à situação destes deslocados, envolvendo quase 14.000 famílias que deixaram as suas aldeias para trás, desde logo o "trauma coletivo e hiper-reatividade nas comunidades, exigindo expansão dos serviços de apoio psicossocial".
Também aponta a existência de "ocupações irregulares" em Chiúre Velho, alvo dos primeiros ataques nesta nova onda de violência, "e perda de registo de beneficiários", bem como a "fragmentação familiar nas realocações", incluindo o "recrutamento de menores nos campos de transição".
A Lusa noticiou no sábado que dois paramilitares 'naparamas' e um popular foram mortos por alegados terroristas na aldeia de Nankumi, distrito de Ancuabe, província moçambicana de Cabo Delgado, segundo fontes da comunidade.
O ataque aconteceu na noite de quinta-feira, a cerca de cinco quilómetros da localidade de Sunate (Silva Macua), e culminou com a morte das três pessoas, após a invasão da comunidade pelos rebeldes, relataram as fontes.
"Mataram três pessoas, dois 'naparamas', sendo um comandante e um civil", disse uma fonte a partir de Silva Macua.
Acrescentou que, os corpos dos 'naparamas' foram encontrados no mesmo dia, a escassos quilómetros da aldeia, e na sexta-feira foi encontrado o terceiro corpo.
Localizada ao longo da estrada Nacional 1, a aldeia de Nankumi acolhe deslocados da insurgência que afeta Cabo Delgado, tendo esta incursão precipitado a fuga de famílias para Silva Macua.
Elementos associados ao grupo extremista Estado Islâmico reivindicaram no mesmo dia novos ataques nos distritos de Ancuabe e Balama, com pelo menos uma pessoa decapitada, num momento de crescente violência.
O ministro da Defesa Nacional admitiu no final de julho preocupação com a onda de novos ataques em Cabo Delgado - conflito que desde 2017 já provocou mais de um milhão de deslocados -, adiantando que as forças de defesa perseguem os rebeldes armados.
"Como força de segurança não estamos satisfeitos com o estado atual, tendo em conta que os terroristas nos últimos dias tiveram acesso às zonas mais distantes do centro de gravidade que nós assinalámos", disse Cristóvão Chume.
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