Alerta foi deixado por Guido Imbens (Economia 2021), Douglas Diamond (Economia 2022) e Charles Rice (Medicina 2020).
Três vencedores do Nobel norte-americanos alertaram, esta segunda-feira, que as políticas implementadas pela administração de Donald Trump em relação à economia e ao apoio à investigação "podem provocar um retrocesso e uma transição de 20 anos".
O alerta foi deixado por Guido Imbens (Economia 2021), Douglas Diamond (Economia 2022) e Charles Rice (Medicina 2020) em conferência de imprensa em Valência, ao lado de Duncan Haldane (Física 2016).
Diamond considerou a falta de apoio governamental às universidades um "enorme problema", Imbens expressou a sua "deceção" com a forma como o sistema de ensino superior está a ser tratado e Rice afirmou que o ataque à "independência" de Harvard como um "ícone de investigação e bolsas de estudo" também afeta outros institutos nacionais de saúde.
Os três concordaram com a necessidade de a situação ser resolvida "o mais rapidamente possível".
Estes quatro especialistas, que integram o júri do Prémio Rei Jaume I pela primeira vez, concordaram com a necessidade de educar as crianças desde cedo sobre a importância da ciência, referindo que o declínio da confiança na ciência tem vindo a ocorrer há 20 anos.
Em relação à falta de apoio de Trump às universidades, Diamond salientou que os efeitos gerais na ciência e na investigação de tratar as universidades como algo que não deve ser apoiado pela administração pública são um "enorme problema", e o caso Harvard "é uma manifestação clara desse problema".
Na sua opinião, em relação a Harvard não está a ser seguido "o princípio da legalidade e da revisão das políticas governamentais, conforme apropriado", acreditando que o poder judicial dos Estados Unidos "terá de garantir que o Estado de direito é respeitado".
Para Diamond, a redução do apoio do governo norte-americano à investigação e à ciência irá afetar particularmente a investigação básica, grande parte da qual será assumida por empresas privadas, "e é difícil de imaginar, porque esta investigação não é rentável num futuro próximo".
"Se o governo norte-americano fizer estes cortes, a investigação migrará para a Europa e para a Ásia, mas numa escala diferente, e o custo de suspender as experiências e a investigação e transferi-las para outros locais pode causar-nos 20 anos de atraso e transição", alertou.
Diamond acredita que a ciência é agora "muito menos respeitada", por não ser vista como a verdade, mas "como uma opinião sobre algo", enquanto Rice enfatizou a importância do debate sobre como restaurar a esperança na ciência.
Considerou que as redes sociais fazem com que as pessoas "se disponham a acreditar no que os seus pares dizem, ao contrário do que dizem os especialistas".
"A incapacidade do sistema educativo para chegar a todos e educar as pessoas sobre a importância da ciência desde cedo pode ser um fracasso total", vincou.
Imbens observou, por sua vez, que o declínio da confiança na ciência é um fenómeno recente nos Estados Unidos.
"As redes sociais desempenham o seu papel, mas as universidades não fizeram a sua parte. Precisam de fazer um trabalho muito melhor e explicar o que estão a fazer e porque é que isso é importante para a sociedade", apontou.
Já o virologista norte-americano Charles Rice, cuja investigação contribuiu para o desenvolvimento de duas vacinas contra os vírus da febre amarela e da hepatite C, manifestou a sua preocupação e profunda desilusão com o movimento antivacinas.
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