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Trump afasta encontro com Presidente chinês e ameaça aumento maciço das tarifas

Reação de Trump surge depois de a China ter restringido as exportações de terras raras, necessárias para a indústria norte-americana.

10 de outubro de 2025 às 16:36

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse esta sexta-feira que "parece não haver razão" para se reunir com o líder chinês, Xi Jinping, e ameaçou um "aumento maciço" das tarifas sobre produtos chineses.

A reação de Trump surge depois de a China ter restringido as exportações de terras raras, necessárias para a indústria norte-americana.

"Uma das políticas que estamos a calcular neste momento é um aumento maciço das tarifas sobre produtos chineses que entram nos Estados Unidos da América", publicou Trump na sua rede Truth Social.

"Dependendo do que a China disser sobre a 'ordem' hostil que acaba de lançar, serei forçado, como Presidente dos Estados Unidos da América, a contrariar financeiramente o seu movimento", comentou, adiantando que "há muitas outras contramedidas que estão, igualmente, a ser seriamente consideradas".

Trump tinha anunciado, em meados de setembro, que ia reunir-se com Xi, no final de outubro, durante uma viagem à Coreia do Sul. Na ocasião, também disse que ia visitar a China "no início do próximo ano".

O anúncio foi feito no final de uma conversa telefónica entre os dois líderes, que também aprovaram um acordo sobre o futuro da rede social TikTok.

Na longa publicação, Trump acusou a China de "estar a tornar-se muito hostil".

Na quinta-feira, Pequim anunciou a imposição imediata de controlos sobre as exportações de tecnologias ligadas às terras raras, reforçando a regulação num setor central nas tensões comerciais com os Estados Unidos.

O país asiático é o maior produtor mundial destes minerais essenciais para as indústrias digital, automóvel, energética e de defesa.

As terras raras têm sido um ponto de fricção nas recentes negociações comerciais sino-americanas, com Washington a acusar Pequim de atrasar deliberadamente a aprovação de licenças de exportação.

O anúncio chinês deixou vários países "extremamente zangados com esta grande hostilidade comercial, que surgiu do nada", acrescentou Trump.

"Nunca ninguém viu nada assim, mas, essencialmente, ia 'entupir' os mercados e dificultar a vida a praticamente todos os países do mundo, especialmente à China", referiu.

O líder norte-americano destacou que a relação entre Washington e Pequim tem sido boa nos últimos seis meses, o que, alegou, torna esta posição "ainda mais surpreendente".

"Não há como permitir que a China mantenha o mundo 'cativo', mas esse parece o plano há algum tempo", defendeu Trump, acusando Pequim de fazer "um movimento bastante sinistro e hostil" para acumular "silenciosamente" posições de monopólio.

Mas Trump avisou que os EUA também "têm posições de monopólio, muito mais fortes e abrangentes do que as da China", avisou.

"Simplesmente, escolhi não os usar, nunca houve uma razão para o fazer -- até agora", afirmou.

"Para cada elemento que [a China] conseguiu monopolizar, temos dois. Nunca pensei que fosse chegar a isto, mas talvez, como em todas as coisas, tenha chegado a hora. Em última análise, embora potencialmente doloroso, será uma coisa muito boa, no final, para os EUA", advertiu.

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