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"Um novo capítulo da história": Presidente Al-Sisi inaugura Grande Museu Egípcio

Museu dedicado às 30 dinastias da civilização faraónica e aos seus 5000 anos de história só abrirá ao público na terça-feira.

01 de novembro de 2025 às 20:23

O Presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, inaugurou este sábado o Grande Museu Egípcio perante reis, chefes de Estado e líderes de todo o mundo, anunciando estarem "a escrever um novo capítulo da história".

"Estamos a escrever um novo capítulo da história do presente e do futuro, em nome desta antiga pátria", afirmou o chefe de Estado, durante a inauguração do Grande Museu Egípcio, que contou com cerca de 80 delegações oficiais, meia centena de chefes de Estado e de Governo, entre os quais o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa.

O museu dedicado às 30 dinastias da civilização faraónica e aos seus 5000 anos de história só abrirá ao público na terça-feira com bilhetes a custar entre os três e os 26 euros, sendo os preços mais altos aplicados aos estrangeiros adultos.

Localizado nos arredores do Cairo, junto às Pirâmides de Gizé, o Grande Museu Egípcio (GEM) custou cerca de mil milhões de euros é o maior museu do mundo dedicado a uma única civilização.

São mais de 50 mil peças expostas num acervo de cem mil, que abrangem 7.000 anos de história e exemplares como a monumental estátua de Ramsés II e os artefactos do tesouro de Tutankhamon, entre os quais a sua máscara funerária de ouro.

Projetado pelo gabinete irlandês de arquitetura Heneghan Peng, o museu ostenta uma fachada triangular de vidro, à semelhança das pirâmides de Gizé, ocupa uma área 500 mil metros quadrados, o dobro do Louvre e duas vezes e meia o Museu Britânico.

No átrio de entrada, ergue-se o Obelisco Suspenso e o "colosso de granito" de Ramsés II, o Grande, uma estátua com 3.200 anos e 12 metros de altura, transferida para o museu após décadas numa rotunda congestionada do Cairo.

Do átrio parte uma grande escadaria, de seis mil metros quadrados, ladeada por 87 estátuas milenares, que atravessa os seis andares do museu e conduz às galerias principais. Uma ponte liga o edifício às pirâmides, permitindo a deslocação entre elas, a pé ou em veículos elétricos.

O museu inclui 24.000 metros quadrados de espaço para exposições permanentes, uma área para crianças, auditórios para conferências e salas para serviços educativos, uma área comercial e um grande centro de conservação e restauro.

As 12 galerias principais, inauguradas no ano passado, exibem antiguidades que vão desde a pré-história até à era romana.

Muitos dos artefactos foram transferidos do Museu Egípcio, um edifício centenário localizado na Praça Tahrir, no centro do Cairo. Outros provêm de instituições e acervos espalhados pelo Egito, outros ainda foram recentemente descobertos em antigos túmulos, incluindo a necrópele de Saqqara, a sul do Planalto de Gizé.

As galerias estão equipadas de tecnologia multimédia e contam com produções mistas, que combinam imagem real e virtual, para ajudar a explicar o Antigo Egito às novas gerações.

A inauguração da totalidade do museu inclui a abertura das galerias, com mais de sete mil metros quadrados, dedicadas ao tesouro de Tutankhamon, que é exposto na totalidade pela primeira vez desde que o arqueólogo britânico Howard Carter descobriu o túmulo do rei egípcio, em Luxor, em 1922.

Muitas das obras foram restauradas no centro de conservação do museu, incluindo os três leitos funerários e as seis carruagens do jovem faraó, que serão mostrados com o trono dourado, o sarcófago revestido a ouro e a sua máscara funerária.

A Placa de Narmer, com quase 5.000 anos, a "Cabeça Colossal" do faraó Akhenaton, dos anos de 1300 antes de Cristo (a.C.), a Cadeira de Hetepheres, de 2500 a.C., e o barco funerário com 4.600 anos do Rei Khufu - ou Quéops -, o faraó a quem se atribui a construção da Grande Pirâmide de Gizé, são outras peças centrais do GEM.

A construção do GEM, decidida em 2002, teve início três anos mais tarde, e foi perturbada por crises políticas e sociais, como a Primavera Árabe, a pandemia e a constante instabilidade no Médio Oriente, levando a adiamentos sucessivos da data de inauguração.

O GEM abre ao público na terça-feira e a expetativa é que receba cinco milhões de visitantes por ano.

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