Maioria das vítimas eram negras e viviam em zonas pobres.
A cada seis horas dos 365 dias do ano passado, 2023, uma mulher foi brutalmente assassinada no Brasil. O dado, recolhido e divulgado pelo Forum Nacional de Segurança Pública nesta quinta-feira, véspera do Dia Internacional da Mulher, que se comemora esta sexta-feira, mostra que mesmo com alguns pequenos avanços no reconhecimento de direitos e nas oportunidades conquistados nos últimos anos, as mulheres continuam a ser massacradas no Brasil.
De acordo com o levantamento, pelo menos 1463 mulheres foram mortas no ano passado, o que dá uma média de quatro femicídios por dia. É o maior número registado desde o início da monitorização de assassínios de mulheres, iniciado em 2015, mas esse número pode ser maior ainda, bem maior, pois as polícias de vários dos 27 estados do país não possuem dados completos ou confiáveis.
A esmagadora maioria das vítimas, sete em cada 10, eram negras e viviam em áreas pobres. Também na maioria dos casos, os assassinos eram pessoas muito próximas que se relacionavam ou já se tinham relacionado com a vítima, como marido ou companheiro, ex-namorado, em muitos casos inconformados com o desejo da mulher em terminar o relacionamento ou com a recusa dela em reatá-lo após rompimento com o agressor.
O estado de Mato Grosso, no centro-oeste do Brasil, é o estado onde mais mulheres foram assassinadas no ano passado, com 2,5 femicídios por cada 100 mil habitantes. Em segundo lugar nesse ranking de mortes de mulheres, empatados com uma taxa de 2,4, surgem três estados do norte do país, Acre, Rondónia e Tocantins, e, em terceiro, com 2,3 mulheres assassinadas a cada 100 mil habitantes, surge Brasília, que em redor dos imponentes edifícios e palácios que abrigam os poderes federais do país concentra grandes aglomerados populacionais extremamente pobres e violentos.
Os três estados brasileiros onde menos mulheres foram mortas no ano passado, pelo menos de acordo com os dados que foi possível recolher, estão no nordeste, Ceará, no sudeste, São Paulo, e no extremo norte da Amazónia, Amapá. No Ceará, onde menos mulheres foram assassinadas em 2023, a taxa de femicídios foi de 0,9 por cada 100 mil habitantes, mas pode não ser real, diz o Forum, pois os dados enviados pelas autoridades estaduais estão incompletos. Em São Paulo a taxa foi de 1 morte por cada 100 mil, e no Amapá foi de 1,1.
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