Casa Branca já felicitou esta decisão, acreditando que ela vai prejudicar seriamente os interesses de guerra de Moscovo.
Os países da União Europeia (UE) concordaram com um limite de preço de 60 dólares por barril para o petróleo russo, no âmbito das sanções para evitar picos de preços de combustíveis e para prejudicar os interesses de Moscovo.
Após várias rondas de negociações de última hora, a presidência da UE, ocupada pela República Checa, anunciou na rede social Twitter que "os embaixadores acabaram de chegar a um acordo sobre o preço máximo do petróleo marítimo russo", faltando apenas que esta decisão seja aprovada por escrito.
A Europa precisava de definir o preço com desconto que vários países deveriam pagar até segunda-feira, quando um embargo da UE ao petróleo russo enviado por via marítima e a proibição de seguro para esses bens entram em vigor.
O teto de preços, que foi definido pelo G7, o grupo das sete democracias mais ricas, ainda precisa de ser aprovado, mas tudo indica que vai permitir evitar uma perda repentina do petróleo russo, sem abdicar de impor sanções a Moscovo, por causa da invasão da Ucrânia.
Após ter insistido em manter o limite em valores mais baixos, a Polónia acabou por ceder e aprovar esta proposta, que foi defendida por vários países.
"Paralisar as receitas de energia da Rússia está no cerne desta decisão, para que seja possível travar a máquina de guerra da Rússia", disse a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, acrescentando que estava feliz por o limite ter sido reduzido em relação à proposta original.
O valor de 60 dólares (cerca 57 euros) por barril define um limite próximo ao preço atual do petróleo bruto da Rússia, que recentemente caiu abaixo deste valor.
Alguns países consideram que o valor é alto demais para ter efeito real nas receitas de energia da Rússia, mas reconhecem que já representa um significativo desconto face aos 87 dólares do barril de Brent.
Ainda assim, o mercado global vai sofrer pela diminuição de petróleo russo, numa altura em que a Europa se prepara para uma grave crise energética no próximo inverno, com diversos governos a enfrentar protestos contra o aumento do custo de vida.
Os custos do petróleo e do gás natural dispararam depois de a procura ter recuperado dos efeitos da pandemia de covid-19, em grande parte devido à invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro, que desestabilizou os mercados de energia.
Perante as sanções ocidentais contra Moscovo, o Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que não venderia petróleo sob limites de preço e que retaliaria contra as nações que implementassem a medida.
No entanto, a Rússia já redirecionou grande parte do seu abastecimento para a Índia, China e outros países asiáticos, a preços com descontos, para compensar os cortes de aquisição por parte da Europa.
A Rússia também pode ainda vender petróleo controlando as sanções, usando navios-tanque de "frota negra", cujas bandeiras não estão identificadas, ou transferindo petróleo entre navios, misturando-se com o de outras proveniências, para disfarçar a sua origem.
Contudo, mesmo nessas circunstâncias, os limites impostos a Moscovo fazem com que seja "mais caro, demorado e complicado" para a Rússia vender petróleo, explicou Maria Shagina, especialista em sanções económicas do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, em Berlim.
Do lado dos EUA, a Casa Branca já felicitou esta decisão, acreditando que ela vai prejudicar seriamente os interesses de guerra de Moscovo.
"Continuamos a acreditar que um limite de preço ajudará a limitar a capacidade de (Vladimir) Putin (Presidente russo) para aproveitar o mercado de petróleo para continuar a financiar o esforço de guerra, que continua a matar ucranianos inocentes", disse o porta-voz do Conselho de Segurança nacional norte-americano, John Kirby.
Contudo, são várias as vozes críticas vindas do outro lado do Atlântico, na apreciação a esta decisão de Bruxelas.
Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais, em Washington, defende que os limites de preços deveriam ter sido aplicados quando o preço do petróleo estava a oscilar à volta de 120 dólares por barril, neste verão.
Vários outros analistas criticam a medida apoiada pela Casa Branca e pela atual secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, como é o caso do seu antecessor no cargo Steve Mnuchin que considera a ideia "não apenas inviável, mas até ridícula", considerando que ela não terá eficácia, porque não causará grandes danos aos esforços de guerra de Moscovo.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.