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Von der Leyen propõe nova estratégia para UE lidar com "dura competição geoestratégica"

Líder do executivo comunitário apontou as primeiras três semanas de 2025 como "um vislumbre da mudança que está a chegar à política mundial".

22 de janeiro de 2025 às 09:34

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, vai apresentar na próxima semana uma estratégia para tornar a economia comunitária mais competitiva, defendendo que há trabalho a fazer face à "dura competição geoestratégica".

"Temos trabalho a fazer aqui em casa e, se queremos proteger os nossos interesses e defender os nossos valores, temos também de ser economicamente fortes. A Europa dispõe de todos os instrumentos para desempenhar com êxito o seu papel no equilíbrio de poderes", disse Ursula von der Leyen, intervindo na sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo.

Dois dias após a tomada de posse do novo Presidente norte-americano, Donald Trump, e quando a UE teme impactos económicos e comerciais desta nova administração, a líder do executivo comunitário apontou as primeiras três semanas de 2025 como "um vislumbre da mudança que está a chegar à política mundial".

"Entrámos numa nova era de dura competição geoestratégica, estamos a lidar com potências de dimensão continental e estas envolvem-se umas com as outras com base sobretudo em interesses. Esta nova dinâmica vai dominar cada vez mais as relações entre os atores mundiais e as regras do jogo estão a mudar. Nós, na Europa, podemos não gostar desta nova realidade, mas temos de lidar com ela", elencou Ursula von der Leyen.

Para defender os valores europeus, a responsável anunciou que irá apresentar, na próxima semana e após um ligeiro atraso, a "nova Bússola da Competitividade", estratégia para tornar economia comunitária mais competitiva face a concorrentes como os Estados Unidos e China e que será "a estrela norte da nova Comissão e orientará o nosso trabalho nos próximos cinco anos".

"Estabelecemos três objetivos: em primeiro lugar, reduzir o défice de inovação em relação aos nossos concorrentes; em segundo lugar, um roteiro comum para a descarbonização e a competitividade; e, em terceiro lugar, reforçar a nossa resiliência e segurança económicas", adiantou Ursula von der Leyen.

A estratégia que será apresentada na próxima quarta-feira, visa, de acordo com a responsável, combater o ciclo de falta de investimento e de falta de inovação na UE, diversificar o fornecimento energético com vista a obter preços mais baixos e reforçar a resiliência e segurança económicas.

Esta intervenção foi feita naquele que foi o primeiro debate em plenário do Parlamento Europeu do novo presidente do Conselho Europeu, António Costa, a quem a presidente da Comissão Europeia agradeceu "a excelente colaboração nas primeiras semanas do mandato", já que ambos iniciaram funções em dezembro passado.

Num contexto de tensões geopolíticas (devido à guerra da Ucrânia causa pela invasão russa e de conflitos no Médio Oriente), de concorrência face aos Estados Unidos e China e de transição política norte-americana, a UE quer apostar, neste novo ciclo institucional, na competitividade económica comunitária.

Estima-se que a UE tenha de investir 800 mil milhões de euros por ano, o equivalente a 4% do PIB, para colmatar falhas no investimento e atrasos em termos industriais, tecnológicos e de defesa em comparação a Washington e Pequim.

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