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Voto anti-imigração avança na Suécia

Partido xenófobo e eurocético Democratas Suecos subiu mais de 6 pontos.

10 de setembro de 2018 às 01:30

O partido xenófobo e eurocético Democratas Suecos, que fez campanha contra a imigração e os refugiados, registou este domingo uma substancial subida nas urnas, tornando-se o segundo maior partido e contribuindo para um empate técnico entre os dois blocos que dominaram a política sueca nas últimas décadas, nenhum dos quais deverá ter maioria para formar um governo estável.

De acordo com as projeções avançadas pelas principais cadeias de televisão suecas pouco após o fecho das urnas, o bloco de centro-direita liderado pelos Moderados foi o mais votado, com 39,6% dos votos, seguido pela coligação de centro-esquerda liderada pelo primeiro-ministro cessante, Stefan Löfven, com 39,4%.

Os Democratas Suecos deverão ter 19,2%, o seu melhor resultado de sempre e uma subida de seis pontos percentuais em relação às eleições de 2012, nas quais já tinham conseguido duplicar a anterior votação.

A confirmarem-se estas projeções, o partido anti-imigração liderado por Jimmie Akesson torna-se o segundo maior partido atrás dos social-democratas, que não deverão ir além dos 28,5%, o pior resultado eleitoral do partido em mais de um século.

O empate técnico entre centro-esquerda e centro-direita poderá complicar as negociações para a formação do próximo governo, já que parece fora de questão uma coligação entre os dois principais blocos ou de um destes com os Democratas Suecos, pelo que o novo executivo terá, provavelmente, de governar em minoria.

A subida dos Democratas Suecos, que têm raízes na extrema- -direita e exigem o fim do acolhimento de refugiados no país e a saída da Suécia da União Europeia, é visto com grande preocupação em Bruxelas, principalmente após uma campanha marcada pela retórica xenófoba e populista.

SAIBA MAIS 

163 mil

foi o número de refugiados acolhidos pela Suécia em 2015. Apesar de distante, em termos absolutos, dos 1,2 milhões de refugiados recebidos pela Alemanha no mesmo ano, a Suécia foi o país europeu que acolheu mais refugiados ‘per capita’.

Avanço populista

Os últimos anos assistiram a um avanço populista sem precedentes na UE. O fenómeno tem maior dimensão na Hungria, onde os partidos xenófobos e eurocéticos têm 65% dos votos. Seguem-se Grécia (54,6%), Polónia (51,2%) e Itália (50%).

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