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Wall Street Journal insurge-se contra condenação de jornalista pela justiça russa

Evan Gershkovich, acusado de espionagem, foi condenado a 16 anos de prisão.

19 de julho de 2024 às 14:46

O diário Wall Street Journal insurgiu-se contra a condenação a 16 anos de prisão do seu jornalista Evan Gershkovich, emitida pela esta sexta-feira justiça russa num processo à porta fechada.

"Ocorre após Evan ter permanecido 478 dias em prisão, detido erradamente, longe da sua família e amigos (...) e apenas fazer o seu trabalho de jornalista", declararam os responsáveis do jornal em comunicado, comprometendo-se em prosseguir o combate para obter a sua libertação.

Numa declaração paralela, a organização não-governamental (ONG) Repórteres sem fronteiras (RSF) definiu a sentença como "outro exemplo flagrante de uma inaceitável tomada de refém por parte da Rússia".

"A condenação (...) resulta de um processo que em nenhum caso pode ser considerado como justo ou livre. Este veredicto deve ser imediatamente anulado", acrescentou no comunicado Rebecca Vincent, diretora de campanhas dos RSF.

A justiça russa condenou esta sexta-feira a 16 anos de prisão o jornalista norte-americano Evan Gershkovich, acusado de espionagem por supostamente ter acedido a informação secreta sobre a indústria militar do país.

O jornalista de 32 anos do Wall Street Journal, detido em março de 2023 em Ecaterimburgo, a capital dos Urais, é o primeiro repórter norte-americano a ser processado por espionagem desde o fim da Guerra Fria.

As acusações emitidas pela justiça russa foram rejeitadas pelo jornalista, pelos mais próximos e pelo Governo dos Estados Unidos.

Gershkovich deverá cumprir a pena numa colónia penitenciária de "regime severo", ordenou o juiz Andreï Mineïev, e que devem implicar condições de detenção muito estritas, comparáveis ao "regime normal", indica a agência noticiosa AFP.

O jornalista declarou não culpado e exerceu o seu direito a um "último uso da palavra" antes do veredicto, tinha previamente indicado aos 'media' Ekaterina Maslennikova, uma porta-voz do tribunal.

O procurador tinha solicitado 18 anos de prisão.

Caso se decidia pela apelação, e a condenação seja confirmada, deverá de seguida ser enviado para a colónia penitenciária, num processo que se poderá prolongar por vários dias, ou semanas.

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