Somos tratados como bichos, queixava-se, à porta de um centro de saúde da Grande Lisboa, um utente que estava há horas em pé, na fila de espera para marcar uma simples consulta. Morreu como um animal, dizia, mais ou menos ao mesmo tempo, um outro cidadão português, perto do Hospital de Serpa, onde um doente perdeu a vida enquanto aguardava por uma qualquer forma de assistência médica. Anotadas ao sabor do noticiário de ontem, as realidades que dão origem a estes desabafos fazem-nos parecer razoáveis.Mês após mês, o que espanta as nossas equipas de jornalistas é a normalização do problema, e a facilidade com que tudo isto se degrada progressivamente. Os meses passam, e o drama é o mesmo, nada acontece, nada se resolve. Parece que já todos, utentes, médicos e funcionários, se resignaram àquele calvário. A pobreza de um país mede-se pelas filas de espera para conseguir uma consulta médica.
A saúde compete hoje em dia com a justiça no ranking do desespero dos portugueses. Com a agravante de que as falhas da saúde têm consequências imediatas bem mais gravosas que os atrasos dos tribunais. Que o digam os milhares de portugueses que esperam à porta dos centros de saúde. Já é praticamente um ritual: no primeiro dia útil de cada mês, a CMTV passa horas à porta dos centros de saúde, onde muita gente tenta, por vezes em vão, marcar uma consulta.
Mês após mês, o que espanta as nossas equipas de jornalistas é a normalização do problema, e a facilidade com que tudo isto se degrada progressivamente. Os meses passam, e o drama é o mesmo, nada acontece, nada se resolve. Parece que já todos, utentes, médicos e funcionários, se resignaram àquele calvário. A pobreza de um país mede-se pelas filas de espera para conseguir uma consulta médica.
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