Carlos Rodrigues

Diretor

"A Europa precisa de políticos que gostem de pessoas"

25 de setembro de 2025 às 00:32
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Curiosamente, regressei de Bruxelas e de uma breve incursão no Parlamento Europeu, por razões profissionais que os leitores certamente acompanharam, precisamente no dia em que o Francisco José Viegas lamentou, no seu ‘Blog’, o declínio da Europa. “O esplendor da Europa não voltará tão cedo.” O desafio americano surgiu da forma mais traiçoeira possível. Um Presidente que parecia condenado a contagiar a América com a sua própria indigência mental, afinal enganou-nos a todos e projeta poder como há muito os Estados Unidos não viam. O brilho europeu ressente-se, vítima de Trump, da ameaça vil de Putin, e, também, dos resquícios do terrorismo islâmico - há quanto tempo não aparecia essa memória maldita, ontem trazida de volta pelo ‘Blog’. O Francisco é certamente europeísta, pelo menos defensor da dignidade europeia dos tempos em que nos fazíamos respeitar, por isso escreve assim, qual epitáfio pelo continente de “antanho” (um jornal é feliz quando mantém vivas palavras que o inferno medíocre das redes sociais insiste em matar). Pois bem: em Bruxelas reparei como a bolha europeia está cada vez mais fechada sobre si própria. O Parlamento está organizado de forma a que não seja preciso sair lá de dentro. Os eurodeputados parecem ambicionar uma vida sem os europeus que representam. Saí de lá com a convicção, ouvida noutro dia de um estadista amigo, de que precisamos urgentemente de políticos que, ao menos, gostem de pessoas. 

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