Carlos Rodrigues

Diretor

"Ao lado de Putin, Trump parecia um urso amestrado e submisso"

17 de agosto de 2025 às 00:32
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Foi tudo estranho, na cimeira do Alasca. Um Presidente americano estender a passadeira vermelha ao autocrata russo, e bater-lhe palmas à chegada, é um dos espetáculos mais bizarros a que já assistimos. Onde vai longe a ‘realpolitik’ dos clássicos, o espírito de realismo dos grandes mestres da diplomacia, espírito esse agora trocado pela capitulação perante a Rússia. Felizmente, as perguntas dos jornalistas mostram que o espírito ocidental sobreviverá. O gesto de Putin, a dar a entender que não estava a ouvir a questão sobre “quando vai parar de matar civis”, prova isso mesmo - a democracia e o jornalismo, duas formas de dizer a mesma coisa, continuarão a ser um engulho no caminho de ditadores. Bastava ouvir, horas depois, a declaração de Donald Trump, ao lado do seu amigo Vladimir, para ficarmos com a certeza de que há uma qualquer tutela daquele russo sobre o Presidente americano, transformado noutra pessoa quando está na presença de Putin.

Com palavras pausadas, ideias ditas a medo, sem qualquer rasto da impulsividade que lhe é própria. Ao lado de Putin, Trump parecia um urso amestrado e submisso. Nada bom, este sinal inconsciente, para o futuro da Ucrânia. Aguardemos. A fechar, uma nota. Ontem, fiz referência a um antecessor de Montenegro no cargo de primeiro-ministro que foi inimigo da liberdade de imprensa. As dúvidas à esquerda e à direita convenceram-me de que a referência a José Sócrates não ficou clara. Aqui fica o esclarecimento.     

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