Carlos Rodrigues

Diretor

"Levar os jornais a todo o território é uma missão cada vez mais difícil"

23 de setembro de 2025 às 00:32
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Estive este fim de semana em Rio Maior, a participar nos 50 anos da VASP, a empresa que distribui jornais em todo o País. O líder da companhia, o empresário Marco Galinha, juntou homens e mulheres que asseguram a ligação entre as redações e os leitores, através da venda da imprensa nas aldeias, vilas e cidades de Portugal. Sem o tradicional quiosque, seria mais difícil levar o Correio da Manhã aos portugueses. É justo louvar esta legião de pequenos comerciantes, que garantem o acesso à informação nos pontos mais recônditos do País, muitas vezes numa missão inglória e de puro sacrifício, em nome da democracia. Obrigado a todos, em nome do projeto Correio da Manhã.

Mas o encontro serviu também para lançar um alerta, que, como diretor do maior jornal do País, tenho de reforçar. A distribuição da imprensa atravessa desafios complexos, que só o Estado pode resolver. Levar os jornais a todo o território é uma missão cada vez mais difícil, mas que é essencial para garantir a qualidade da democracia. Não pode haver portugueses de primeira e de segunda, com acesso assimétrico à informação e à língua portuguesa escrita, de acordo com a distância em relação aos grandes centros urbanos. O Governo anterior tinha planeado uma série de medidas que, objetivamente, poderiam contribuir para a resolução do problema, mas até agora nada aconteceu. A democracia não pode admitir que o País fique sem jornais nem cultura, nem que a língua espanhola colonize a raia portuguesa.

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