Carlos Rodrigues

Diretor

"Na economia, o Governo tem fé no efeito multiplicador do otimismo"

07 de novembro de 2025 às 00:32
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A recuperação do poder de compra dos trabalhadores é uma das razões para a boa imagem que o Governo continua a manter entre a maioria do eleitorado, tal como é revelado pela liderança da AD nos nossos barómetros mensais. Depois do choque inflacionista que surpreendeu as novas gerações, habituadas à estabilidade permanente dos preços, aos poucos os rendimentos vão recuperando, tal como revelam os dados do Instituto Nacional de Estatística, que noticiamos na página 24. O aumento previsto para o salário mínimo e o crescimento dos ordenados médios, aliados à redução do desemprego, ajudam a reforçar o rendimento disponível de uma parte significativa da população. Ora, está cada vez mais claro que o Governo acredita no efeito multiplicador deste otimismo. Com mais dinheiro, há mais consumo, e isso gera mais otimismo, e assim a economia cresce. Porém, há fatores perturbadores deste ciclo virtuoso. Milhares de portugueses sofrem o encarecimento dos produtos básicos, como a alimentação, o que limita os efeitos positivos da subida dos rendimentos entre quem efetivamente os regista, mesmo que de forma frágil e desigual. Além disso, outros fatores dificultam a vida de todos os dias das famílias, como os preços proibitivos da habitação nas grandes cidades ou os custos de energia. O otimismo tem, para já, perna curta. Mas já se percebeu que este vai ser o caminho do Governo para manter a economia em alta. 

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