A forma como Gouveia e Melo reagiu às mensagens racistas dirigidas ao líder da Mesquita Central de Lisboa, numa cerimónia de homenagem aos combatentes em que os dois participaram no 10 de Junho, provoca um inevitável mal-estar. O candidato presidencial foi incapaz de uma condenação veemente, de uma reação enérgica, como se impunha. Ficou-se por um banalíssimo “estes momentos são de união e não de desunião”, parecendo até surpreendido por ter sido questionado sobre o sucedido. O que provoca incómodo é a falta de densidade e de uma certa mundividência que transparece à vista desarmada - sobretudo quando o almirante é apanhado desarmado, de surpresa, por circunstâncias imprevistas.
Não tem a ver com o facto de ser um militar. Já tivemos um PR de boa memória que era general. O ponto é o almirante só dizer generalidades. É diferente, convenhamos. E se pensarmos em personalidades como Mário Soares, Jorge Sampaio, Cavaco Silva ou Marcelo Rebelo de Sousa, o fosso entre os presidentes que tivemos e o que nos arriscamos a ter é considerável. E não apenas em experiência política. Mas, aparentemente, há muita gente que não se importa.
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